Beda – Será que dessa vez vai?

Existem escritores que por mais consagrados que sejam, não conseguimos ler. Carrego uma lista deles e sei que assim como eu, muitas pessoas me entendem porque também não conseguem ler suas obras.

Recebi em mãos, um livro da Tag Experiências literárias, numa encadernação muito bonita, que me chamou a atenção pela qualidade. Torci o nariz assim que abri a embalagem. Após alguns dias descansando na vasta pilha de livros aguardando o passar de meus olhos, eis que puxo ele da pilha e me deparo com um trecho da obra que me fisgou a atenção. Em breve será minha próxima leitura. Será que dessa vez desencanto?

“Eu queria que me

acontecessem aventuras reais.

Mas aventuras reais não

acontecem com quem fica

metido em casa: é preciso

sair para encontrá-las.”

(Dublinenses, James Joyce)

Este texto faz parte da blogagem coletiva BEDA (Blog Every Day August). Estão comigo nessa deliciosa brincadeira séria:

Bob F. – Claudia Leonardi – Lunna Guedes – Mariana Gouveia – Obdulio Nuñes Ortega –Suzana Martins

Atleta em preparo

Esse ano tenho dois desejos que pretendo na medida do possível, realizar: ler mais e escrever na mesma proporção. Pode parecer estranho mas sempre que inicio um, o outro fica stand by. Parece até que não sei fazer as duas coisas juntas. Saber eu sei mas confesso que dá um cansaço mental muito grande daí, sempre optar por um ou por outro.

Como tenho projeto (s) de escrita para desenvolver, vou precisar me munir de muita disposição para manter a disciplina. Terminar meus cinco livros que repousam na cabeceira da cama desde novembro e olhar com carinho e determinação para os inúmeros inéditos novos e antigos que esperam pacientemente a vez de serem manuseados e acariciados.

Para dar conta de tanto exercício mental, já me encontro tomando complexo vitamínico e florais de Bach além do pilates que me ajuda a manter o pique. Preciso sempre lembrar que já não me encontro mais na casa dos vinte anos. Digamos que caminhei algumas casas à frente e esse ano, fico sex de vez…

Haja vitamina e colágeno para manter-me ativa. Não importa, lancei para o Universo esse desejo e vou maratonar e pular os obstáculos que atravessar meu caminho para concretizar todos eles. Ah, e claro, manter-me mais pontual nas escritas por aqui, afinal, o blog é meu porto seguro.

Mudando de assunto sem sair totalmente dele, fuçando os armários de mamãe, com a desculpa de organizá-los, tive a grata surpresa de descobrir, embalada em plástico bolha, minha velha Remington muito bem conservada. Nem me lembrava mais dela! Acho que nem sei mais datilografar. Ah, e qual não foi o espanto, ao encontrar minha máquina fotográfica também. Foram dias de muitas reencontros com o passado. Meu coração se aqueceu como se reencontrasse antigos namorados. Esse ano promete!

Imagem gratuita Pexels

Dia Nacional do Livro

O espaço da biblioteca foi para mim, extensão de minha casa. Aliás, devo dizer que passei mais tempo nela do que em casa. Tive o privilégio de viver cercada por livros. Muitos livros. Não contente em passar o dia cercada por eles, ao final do expediente, sempre dava uma passada pelas livrarias próximas: Livraria Cultura, Livraria Martins Fontes, Fnac (infelizmente não existe mais por aqui), e outras pequenas. Para ficar por dentro do que havia de novidades na área e, pelo puro e simples prazer em permanecer nesses espaços.

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Há quem me achasse louca. Quantas vezes não ouvi que deveria buscar outras formas de diversão e ocupação. Quer saber? Esses espaços sempre me preencheram : cultura, informação e lazer. Juntos, num único espaço. Nunca me arrependi.

Hoje, afastada de uma biblioteca, permaneço cercada por meu acervo pessoal, que ainda tem muitos livros a serem lidos e outros que pretendo reler.

Outubro é um mês fecundo em comemorações relativas ao livro: mês internacional da biblioteca escolar, Dia Nacional do Livro e Dia da poesia, no final do mês, em homenagem à Drummond.

Hoje, aproveito para homenagear a data, mas, principalmente, chamar a atenção dos leitores para se permitir ler e conhecer os autores nacionais que vivem no esquecimento. O Brasil é um celeiro ininterrupto de escritores talentosos, que vivem à margem, nas livrarias e bibliotecas.

Escritores que se tornaram clássicos como Machado de Assis, Graciliano Ramos, Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade. Outros mais contemporâneos como Carlos Heitor Cony, Ignácio de Loyola Brandão, João Ubaldo Ribeiro, Josué Montello e tantos outros, que é impossível caber aqui, nessa postagem.

Existem os que lutam diariamente escrevendo e publicando e, mesmo assim, permanecem no anonimato. Existem os escritores feito eu, que publicaram poucas obras de forma artesanal e, que escrevem em seus blogs.

Em tempos pandêmicos, aumentou o número de escritores. Todos, sentindo necessidade em expressar sentimentos diversos dentro de seus metros quadrados. Tenho lido muita coisa boa!

Deixo aqui minha mensagem estendida a todos e, em especial, à minha editora e escritora, além de amiga, que tanto nos incentiva a escrita. Obrigada Lunna Guedes, por apostar na gente. Agradeço a amizade dos demais escritores do selo Scenarium Livros Artesanais. Iniciamos na escrita, nas oficinas e, hoje, formamos uma equipe de amigos que se apoiam, se fortalecem e dividem as alegrias da publicação.

Um Viva ao Dia Nacional do Livro. Sigamos na contramão daqueles que teimam em dizer que não somos um país de leitores. Lemos e escrevemos sim! Basta ter olhos para ver. Tin-Tin!

Imagens: acervo pessoal

Beda 11 – Sonhar, ainda não paga imposto

Na vã tentativa de compreender o momento que vivemos, quebro a cara. Inútil. No passado, ainda podíamos dar a desculpa de ignorância, falta de informação, mas, e hoje? Que desculpa arranjar? Não tenho.

Sigo meus dias sentindo-me personagem do filme Feitiço do tempo. Durmo, acordo, sigo minha rotina. Dia após dia, semana após semana, mês após mês. Credo! Isso lá é vida?

A intolerância bateu à porta de casa e adentrou os lares. Perdemos amigos, familiares se afastaram como se fôssemos tuberculosos. Tudo por conta de quê? Ideias que nem são nossas, de fato. Foram implantadas, como se fôssemos robôs manufaturados em série, numa imensa indústria chinesa. Da noite para o dia, nos dividimos em quem é a favor e em quem é contra. Futebol, política, religião, novela preferida. Tudo virou motivo para discussões acirradas e espíritos inflamados.

Isso me dá uma preguiça! Minha forma de protesto é ignorar tudo e, mergulhar na leitura.

Caio Fernando Abreu, Elena Ferrante, Amy Zhang, Rick Riordan, Antônio Prata, Plínio Camillo, Mario Benedetti, Lunna Guedes, Mariana Gouveia, Obdulio Ortega, Aden Leonardo, Daniel Lopes Guaccaluz, Manogon… Foram tantos livros de amigos e conhecidos lidos, perdoe-me se deixei algum de fora.

Sinto-me exploradora de territórios desconhecidos, que despertam meu interesse em desbravá-los. Os livros são realmente, grandes companheiros. Se tornei-me um ser humano melhor por ler, ainda não tenho resposta. Talvez, quem conviva comigo, possa responder.

Não sei o que nos aguarda num futuro próximo. Melhor viver cada dia como se fosse o último, afinal, pode vir a ser o último mesmo. Contudo, sonho um dia ver essa nação letrada e, com o mesmo amor e respeito que tenho pelos livros. Também ouso sonhar que esse mesmo povo, desdobre esse amor e respeito pelo seu próximo.

Esse texto faz parte do b.e.d.a — blog every day august.

Participam Adriana Aneli — Claudia Leonardi — Darlene Regina – Lunna Guedes – Mariana Gouveia — Obdulio Nuñes Ortega

Imagens: acervo pessoal

Que tipo de leitora eu sou?

Hoje iniciamos a maratona literária de maio, promovido pela Lunna Guedes, com o grupo #Interative-se, do Facebook.

E eis que me deparo com um pergunta ao mesmo tempo fácil e difícil de responder: Que tipo de leitora eu sou?

Sou do tipo que lê até bula de remédios do início ao fim. Sou aquela que não pode estar num transporte público e ver alguém com livro nas mãos. Fico em cólicas para saber qual título.

Quando tinha a liberdade de circular por toda parte, estava sempre com livro na mão ou, numa sacola especial para carregar livros.

Leio outdoors, panfletos distribuídos na calçada, leio inclusive, revistas velhas em exposição nas salas de espera, de consultórios médicos.

Na leitura de livros, leio de quase tudo também. Tenho prazer e curiosidade em ler autores de países distantes, conhecer a cultura. Através deles, me enriqueço.

Tenho prazer em mergulhar em nossa literatura brasileira, tão menosprezada pelos próprios brasileiros. Gosto demais de ler as escritoras nacionais. Antigas e atuais. Essas mulheres tiveram sempre tanto a dizer. E disseram. Com categoria, talento, sensibilidade.

A primeira escritora que li e gostei foi Raquel de Queiróz com seu livro O quinze. Depois, li A montanha partida de Odette de Barros Mott. Não parei mais.

Leio romances, contos, crônicas, poesia, biografia, diários…

Que tipo de leitora que sou? Voraz.

Esse texto faz parte da Maratona Literária Interative-se de Maio e, estão comigo nessa corrida:

Ale Helga – Isabelle Brum – Lunna Guedes – Mariana GouveiaObdulio Ortega

Enfado

Hoje acordei assim, numa modorra de dar dó. Pressa em levantar pra quê? Pra quem? Por quê? Tenho passado os dias nessa gangorra maluca. Momentos leves, permeados por sentimentos depressivos diante de toda essa realidade em que estamos inseridos.

Exijo que me devolvam a liberdade de caminhar sem medo. Não ter a preocupação de olhar o transeunte na calçada, achando que possa ser um suposto agressor. Não temer abraçar o amigo, o familiar querido.

Tá legal. Sei que isso já virou notícia velha e as redes sociais estão lotadas de depoimentos tão deprimentes quanto esse. Desculpa aí, mas é o que temos no momento portanto, engula ou passe a página, mude de site, ou pegue um bom livro para ler.

E por falar em livro… Excelente ideia. Vou logo ali, selecionar a próxima leitura. Já fiz uma separação prévia e peço a ajuda de vocês. Qual desses começo? Hum, Hum?

Empolguei!

Passeio por minha estante (2)

O universo de uma biblioteca representou para mim uma porta aberta para a fantasia. Através dela, tive oportunidade de atravessar séculos, cidades, países e ter contato com inúmeras culturas.

Curiosa, nunca me ative a um único estilo literário. Alguns, como a poesia, demorei mais tempo a conhecer porém, quando me aproximei, caí de paixão por vários poetas (Drummond, Pessoa sempre!). Aqui, tenho poetas contemporâneos que gosto demais: Dulce Miller, Ana Clara de Vitto, Nic Cardel, Alê Safra, Mariana Teixeira, Jorge Ricardo Dias, Ninil Gonçalves, Adriana Aneli, Virgínia Finzetto, Marcelo Moro, Maria Florêncio, Claudinei Vieira, Akira Yamasaki, Ingrid Caldas.

Minha estante é diversificada. Tenho a coleção quase completa da Scenarium Plural. Digo quase, porque alguns livros deixei na casa de minha mãe.

Autores contemporâneos e ainda não tão conhecidos da grande massa leitora e que são maravilhosos: Plínio Camillo, Fernando Rocha, Setúbal, Márcia Barbieri, Eugein Weiss, Nanete Neves, Daniel Lopes, Ricardo Coiro, Rê Schermann.

E outros, já ganhadores de prêmios com Andrea Del Fuego, Milton Hatoum, Lya Luft, Patrícia Mello, Marcelo Maluf.

Apaixonada por contos, tenho em minha companhia Julio Cortázar, Lygia Fagundes Telles, Rubem Fonseca, Maria Teresa Fornaciari, Ricardo Ramos, entre tantos outros.

Tenho na estante não somente ficção mas, livros que orientam a escrita e falam dela: Técnicas para escrever ficção, Oficina de escritores, Manual da boa escrita, Escrevendo com a alma, A arte de fazer artes, Cinema: roteiro, A coisa mais próxima da vida, Como funciona a ficção, Sobre a escrita, A arte do romance, 1001 dúvidas de português, Minidicionário contemporâneo da língua portuguesa.

Ah, antes de terminar, não posso deixar de citar os autores juvenis que também aprecio: Carlos Davissara, Brian Selznick, Sarra Manning, Luíza Araújo, Thalita Rebouças. Sempre mantenho um espaço na estante para futuras aquisições porque uma estante de livros deve sempre viver em franca expansão.

Esse post faz parte da maratona de maio e participam
 Alê Helga | Darlene Regina | Lunna Guedes |Mariana Gouveia 

Passando para dizer que não sumi, só estou por aí

Desde julho do ano passado sem escrever absolutamente nada. Que horror minha gente!

Meu afastamento do blog que tanto amo, se deu devido a muitos acontecimentos em minha vida profissional. O que a princípio se apresentou como algo ruim, mostrou-se o melhor para mim, que andava bem acomodada e desmotivada. Muitos desafios se apresentaram e confesso que fiquei bem temerosa. Contudo, através do incentivo de pessoas que realmente me querem bem, pouco a pouco fui superando um a um e até voltei a estudar. Por isso deixei de lado meus escritos por aqui. Mas estava muito saudosa desse espaço onde posso me esparramar em pensamentos, emoções e histórias. Muitas histórias!

Estou num período salutar para as leituras. Lendo vários ao mesmo tempo, alimenta meu espírito sempre ávido por novas emoções. As pilhas de livros aumentam a cada dia em minha estante. Às vezes chego a ficar agoniada diante de tantas histórias a serem exploradas e, 24 horas já estão valendo 14. O que o Senhor do Tempo anda fazendo com nossas horas que escoam feito grãos de areia por nossos dedos? Protesto!

Aquela puta amizade que foi sem nunca ter sido

Afinidade pura! Certa vez, um grande amigo meu – daqueles que são alma gêmea -, iniciou um gesto que achei divino: escrever cartas para seus amigos utilizando textos de escritores famosos (ou não) que tivessem tudo a ver com o destinatário. Estava prestes a fazer aniversário quando recebi sua carta. Linda, num envelope carmim, selado com ex-libris em cera derretida. Achei um luxo!

Mas, o que mais me encantou e sensibilizou, foi o conteúdo da carta: um texto de Caio Fernando Abreu: Os sapatinhos vermelhos presente na coletânea Os dragões não conhecem o paraíso. Desculpem minha ignorância, mas ainda não conhecia esse escritor. Logo eu, uma devoradora de livros e conhecedora de autores do mundo todo. Li, reli várias vezes. Emocionei em todas as leituras. Guardo até hoje essa correspondência. Assim como as demais que recebi do mesmo amigo. São verdadeiros tesouros que nenhum valor monetário cobre.

A partir daquela carta, busquei livros de Caio como alguém perdido num deserto que busca por água. Quanta identificação com seus pensamentos, suas palavras!

Hoje, passado alguns anos, voltei a pegar um livro de Caio, A vida gritando nos cantos.

Fui almoçar e levei-o comigo para uma breve leitura após a refeição. Sentei-me ao sol, abri o livro e mergulhei em suas crônicas. Quase perdi a hora de passar o crachá e retornar ao trabalho.  Atenta na leitura, nem percebi o quanto o sol estava quente e agressivo.

Fui ao banheiro e vi que estava um pimentão de tão vermelha. Não liguei. Meu coração encontrava-se aquecido pelas suas palavras. E cheguei a seguinte conclusão: se tivesse tido oportunidade de conhecê-lo em vida, tenho certeza que teríamos sido grandes amigos! Amigos de uma vida inteira. Amigos de se sentar, abrir uma garrafa de vinho, botar uma música de Marina Lima na vitrola (coisa mais antiga, mas se encaixa perfeitamente no texto), e passaríamos a noite trocando figurinhas sobre a vida.

Nem veríamos a manhã chegar e nem perceberíamos os pássaros cantando anunciando um novo dia.

Sinto não tê-lo conhecido. Choro internamente essa chance perdida. No entanto, consolo-me através das leituras de seus contos, crônicas e cartas. Registros que ficaram para a eternidade e para corações sensíveis. Feito o nosso.

Incubadora de ideias

Extremily bizarre surrealDesmaio por dentro em imensas correntezas de preguiça. Pode parecer exagero de minha parte mas é exatamente assim que me sinto. O pouco oxigênio que compartilho nessa sala com outras pessoas torna-me quase um zumbi. Assonada, engulo moscas, poeira invisível, ânimo alheio e os poucos sonhos que ainda acalento. Luto para sair desse estado mas tanto o espírito quanto a matéria sentem-se vencidos. Entrego os pontos.

Embarco na leitura de um livro de Lewis Carroll. Deixo-me seduzir pela fantasia que ainda é o porto seguro para os mais sensíveis e desgarrados dessa vida material e miserável. Só isso não me basta. Preciso e quero sonhar com algo melhor. Assumo a persona de Alice e saio correndo pelos labirintos tracejados em minha mente obscura. Procuro algo que ainda não tenho certeza do que seja. O que não tem tanta importância mas sim, o ato em si de procurar. Isso significa viver. Mobilizar-se para algo mais grandioso do que essa rotina de olhar o vazio de outras almas plasmado numa foto registrando um pretenso momento feliz que nunca existiu. De passar os olhos embaçados e curtir o que nem lemos ou assimilamos direito.De  compartilhar ideias que surgem do nada e voltam para o nada. Nada. Nada. Nada…

Aqui, nessa ilha da fantasia chamada ficção, reencontro personagens que nutrem essa minha eterna carência de vida. Homens e mulheres, bichos, seres alados, magia por todos os lados fazem minha alma mais feliz. Mirando o redor e enxergando centenas de livros dos mais variados tamanhos, estilos, autores que compõe uma biblioteca, imagino-me uma rainha e sua corte. A tarde outonal vai cedendo a chegada da noite de forma mansa e solícita.Do lado de fora, numa tela de cinema mudo, percebo os carros num desfile sem sons. Um colorido esmaecido pela fuligem dos motores. As parcas árvores que ainda restam balançam diante da doce carícia do vento. Aqui, no parapeito, acolá nos fios de alta tensão, pássaros encardidos cumprem com sua sina trazendo-nos um pouco da vida natural nessa selva de concreto.
Um senhor a minha frente se perde em sua leitura do jornal. Ao lado, uma criança se entrega a sua tarefa de casa. Ao longe, sons abafados de crianças brincando no parque me lembram que ainda pertenço a esse mundo. Da mesma forma que o mundo das fábulas, ainda temos nuances de alegria e encantamento. Nem tudo está perdido para essa autora cética da humanidade. Ainda tenho muito a escrever!

Imagem: Tfich