Minhas prateleiras são bem diversificadas e equilibradas. Na hora da escolha, fiquei em dúvidas sobre qual escritora escolher para essa maratona. Fiquei temerosa de injustiçar as demais afinal, todas que fazem parte de meu acervo são excelentes escritoras.
Optei por essa, que há alguns anos foi uma agradável descoberta. Livro adotado para os alunos do Fundamental II. Por ouvir tantos comentários positivos – deles que nunca gostam dos livros escolhidos para leitura obrigatória -, decidi ler também. E me encantei!
Minha vida de menina, escrito por Helena Morley, lançado pela Companhia de bolso. Narra a vida de uma adolescente no final do século XIX. Em formato de diário, escrito à margem da literatura, apresenta o dia a dia de uma menina do interior, de catorze anos, cujo incorformismo sem rótulos resulta do mais autêntico humorismo – displicente, impiedoso, sem cerimônia -, colocam essas memórias nos antípodas do tom acadêmico e do beletrismo e vêm-nas antes aparentar com a literatura picaresca… (Alexandre Eulálio)
Considerado um livro que já nasceu clássico, a história mostrada pelos olhos da jovem autora, nos apresenta um Brasil colonial muito bem retratado numa Diamantina do fim do século que atravessava um período de decadência econômica bastante grave.
A jovem Helena nos apresenta um livro para ser lido sem pressa. Expõe os costumes da sociedade em que viveu numa prosa coloquial deliciosa. Minha vida de menina vale também, de um ponto de vista particular, como a evocação do pequeno mundo antigo, no momento em que a velha sociedade patriarcal ainda não se desintegrou e parece manter intactas todas as suas coordenadas. Não tem como ler e não encontrar muitas relações e situações com nossa realidade em pleno século XXI. Será que nosso Brasil evoluiu? Só lendo, se divertindo com Helena e refletindo para se chegar a uma conclusão.
Deu vontade de reler novamente. E você, já leu esse livro? Me conta!
Esse texto faz parte da Maratona Literária Interative-se de Maio e, estão comigo nessa corrida:
Ale Helga – Isabelle Brum – Lunna Guedes – Mariana Gouveia – Obdulio Ortega