Uma vida entre livros

A sociedade necessita de datas específicas para lembrar, relembrar e celebrar alguma coisa ou alguma pessoa. Vá lá, como faço parte dessa tal sociedade, embarco sem medo de ser feliz.

Atravessei parte da noite, em que poderia estar mergulhada no sono da beleza, para mergulhar de cabeça, olhos e emoções, na leitura final de um livro. Sou dessas. Em minha cabeceira, está deitado em berço esplêndido, quatro outros livros iniciados. Culpa da Lunna Guedes, que me lembrou de um livro que recebi dela, tempos atrás e ainda não havia lido. Procurei, achei, peguei e…e não parei mais até terminar a última frase.

Gostei tanto que nem ligo por ter perdido horas preciosas de sono. Ganhei em prazer de ler um texto tão bem feito, uma narrativa incrível, com personagens que vão deixar saudades e pela certeza de que SIM, a literatura brasileira não deve absolutamente nada para os autores de fora. O livro que causou esse reboliço todo em mim foi Malditos paulistas, de Marcos Rey. editado pela Global. Para quem ainda não conhece a vasta obra deixada pelo autor, fica a dica. Discorrerei mais sobre ele numa outra postagem.

Essa, é minha homenagem ao Dia Mundial do Livro. Não vivo sem. Tanto que trabalho entre eles.

Esse texto faz parte da blogagem coletiva BEDA (Blog Every Day April)

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Esse tal de Etarismo

É uma sensação estranha. De início, tão sutil que você não se dá conta. Até que se apresenta de forma escancarada, sem máscaras, sem rodeios, sem meias palavras. Nos redutos ditos “civilizados”, costumam-se utilizar metáforas que até soam bonito, caso esteja distraída. Em algumas situações, as palavras podem vir acompanhadas de um sorriso (falso)… Tão simpático! O cenário pode ser bem trabalhado, e no entanto, você lá no fundo se sente estranha, incomodada. Perdida em sensações e emoções até então, desconhecidas.

Até o dia em que, por pessoas de fora de seu círculo, fica sabendo que não desejavam te dar uma promoção na empresa porque…”Ah, ela está velha!” “O quê? Têm certeza que ela serve para o cargo? É uma velha! Não vai acompanhar nosso pique”…

O ranço amargo na boca aumenta a cada dia em que se depara com situações, que veladas ou não, jogam na sua cara que está tempo demais nesse mundo. Desocupa espaço, dá chance para os mais novos. Vaza!

Manter-se lúcida numa sociedade movida pela beleza, jovialidade, corpos esculturais e rostos sem nenhuma ruga ou mancha, não é para qualquer um. Caso não trabalhe a autoestima, literalmente e aprenda a se conhecer e se cuidar, não pelos outros mas por você, entrará numa depressão sem volta. Planejo de longa data envelhecer com qualidade de vida e com aceitação das limitações que a idade trará. Trabalho internamente jamais perder o brilho nos olhos diante das belezas que me rodeiam. Mesmo que venha a perder a visão, passe a usar bengala ou andador, mesmo sentindo dor, não desejo perder o compasso do bem viver. A alegria é o energizante que nos fortalece para atravessar o dia.

Por um mundo mais povoado por Fernandas, Lauras, Arys, Janes…

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Refém dela

Dormi mal. Despertei mal. Sofri indigestão de algo que comi durante o dia de ontem, e talvez, também, o excesso de sapos engolidos sem nem ao menos mastigar.

Como dizia, acordei indisposta. Uma indisposição que toma conta do corpo e da alma. Uma malemolência absurda que me impede de ser mais ágil em meus movimentos e pensamentos. Raciocínio mais lento que internet 3G. Conversam comigo, fazem perguntas e esperam impacientes, por uma resposta que nem sempre consigo balbuciar.

No decorrer do dia, as pessoas se irritam com meu comportamento e eu, devolvo através de impaciência. Agora a pouco lembrei de uma coleção lida há muito tempo, no qual um dos volumes, o tema discutido lembrou como me sinto hoje.

Profissional que sou, não perco jamais a oportunidade de sugerir leituras. Eis que deixo a dica de leitura de uma coleção cuja temática são os sete pecados capitais. Coleção Plenos Pecados, lançado pela Objetiva, teve grandes escritores que se deitaram sobre o tema escolhido.

Minha situação hoje, me fez lembrar da história com o título Canoas e marolas, de João Gilberto Noll. Escritor espetacular que soube criar uma história e enquanto lê, sente se anestesiar pelo pecado explorado. Ai gente, sem mais delongas, encerro por aqui porque recordando a temática e a história, agravou demais minha condição de hoje. Percebi que não sofria de indigestão ou, posso até ter tido uma bem leve. O que me derrubou foi mesmo a tal da preguiça. Ela chegou mansamente, se instalou quase sem perceber e pelo jeito, não está com pressa de partir. Se não estiver como eu, seja curioso(a) e procure por esse livro e leia. Aliás, leia a coleção inteira que vale muito a pena. Penso vagarosamente que, assim que me livrar dela (a preguiça), talvez releia um por um dos tais pecados capitais. Mas por hora (abrição de boca ininterrupto)…

Baixou um Macunaíma e nem tenho uma rede pra me jogar e ficar.

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Caso de amor…Livros infantis

Minha vida entre livros nem sempre teve a companhia dos livros infantis. Por mais de vinte anos, convivi no máximo, próximo da literatura juvenil. Tinha medo de conviver com crianças. Elas me assustavam. Pode isso?

Os anos correram mais que o coelho da Alice, e hoje, após mudança de emprego, de atitude, convivo com as crianças e fui descobrindo o mundo encantado e reencontrei a criança que um dia fui.

Elas me receberam com tanto carinho, aos poucos, fui me desarmando e hoje, posso afirmar que sou mais feliz. Acredito que me faltava maturidade emocional para aprender a conviver com elas.

Ao lado das crianças, passei a conhecer os livros infantis. E tenho conhecido cada tesouro de beleza e ensinamentos. Sinto que ganhei muito com eles. Conhecer os contos clássicos de Andersen, Grimm, autores contemporâneos nacionais como Jonas Ribeiro, Ilan Brenman, Ruth Rocha, Ana Maria Machado, Donaldo Buchweitz e tantos outros. Apurei meu universo da fantasia através de belos livros como a Casa sonolenta, de Audrey Wood. Me apaixonei pelos livros Amoras e E foi assim que eu e minha escuridão ficamos amigas, de Emicida. Fiquei deslumbrada com a história e visual do livro Com qual penteado eu vou?, de Kiusam de Oliveira.

Os belíssimos livros de Daniel Munduruku, como por exemplo, Kabá Darebu e Vozes ancestrais. Aproveitando que discorro sobre literatura infantil nacional, faço um gancho para ressaltar e valorizar nossos escritores dos povos originários. São livros com histórias bonitas, repleto de ensinamentos universais que o homem branco deveria de retomar.

Poderia escrever muito mais sobre o mundo dos livros infantis mas encerro por aqui, reforçando a importância da leitura e o contato com livros infantis desde a mais tenra idade.

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Honestidade x Golpistas

Ando sem graça por estar “reclamando” sobre tantas coisas que observo ao meu redor. O mundo gira, gira, giramundo e eu, perdida, acreditando que ser honesta ainda vale a pena. Me atolando num mar de lama, onde só caminha deslizando, quem sabe aplicar golpes.

E eles se aperfeiçoam a olhos vistos. A cada dia, surge no mercado, uma modalidade nova afinal, existem trouxas aos borbotões e a vida é breve demais para atravessá-la de forma correta. O lema “quero mais é me dar bem” segue fazendo escola e aumentando o fã clube.

Aiai, ando com tanta coisa entalada na garganta que até um simples gole de água está difícil de engolir. É muito sapo engolido e pouco tempo para digerir. Como bem dizia nosso filósofo do povo, Mussum: Tamus fudidis e mal paguis!

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Geração do grito

Sempre tive o hábito de refletir sobre diversas questões que mexem comigo ou que de alguma forma, me sensibilizam ou incomoda.

Venho de família simples, pobre, porém, rica de ensinamentos e exemplos. No seio familiar, ninguém gritava. Até mesmo quando mamãe se enfezava com a gente, ela ralhava baixo. Aliás, quanto mais baixo saísse sua voz, mais perigoso era para nós. Era melhor não fazê-la sussurrar.

Papai, caso parasse diante da gente, mirasse em nós seu olhar “lança chamas”, danou-se: aprontasse o lombo que viria cintada seguida de castigo. Não digo que essa era a melhor forma de educar, mas foi o que recebemos e o que nos formou seres humanos responsáveis. Não ouso dizer que somos íntegros porque ninguém o é. Somos seres cheios de trincas, pedaços faltando, peças disformes tentando se aprimorar.

Alguém sabe me dizer porque as gerações mais novas gostam tanto de gritar? Gritar até quase estourar seus pulmões, cordas vocais e principalmente, ouvidos alheios? Me encontro nesse último grupo e, confesso que fico extremamente incomodada com tantos gritos agudos coletivos.

Pais e educadores, por obséquio, PAREM, de dar doce para as crianças. Isso envenena, isso tira o equilíbrio e nos deixa insanos. Não peço muito apenas um pouco mais de silêncio nesse mundo tão barulhento. Meu conselho para as escolas: horário de intervalo, ao invés de colocar som de pancadão no último volume, vamos trocar por meditação, yoga, ao som de música new age, acompanhada de gorjeios de pássaros. Indico qualquer trabalho de Kitaro. Pode até ser acompanhado por acordes suaves de harpas. Seria o paraíso na terra observar nossas crianças, após meditar, abrir suas lancheiras, retirar seus lanches naturais, suco ou frutas e saborear mastigando lentamente, emitindo apenas o som suave da satisfação do saciar…

…Acorda Alice! Os humanozinhos são estridentes, bagunceiros, diria até, monstrinhos que vão crescer disso para pior. Aceita que dói menos.

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Vontade imensa de (des)evoluir

Tem momentos que me pego com essa vontade emergindo suave feito vazamento hidráulico. O encanamento vai trincando devido ao uso constante. O desgaste se instala e, quando menos se espera, deu-se o aguaceiro.

Estou me tornando uma velha ranzinza. Daquelas que olha a tudo, ouve tudo e traça julgamento sobre tudo. Garanto que não é culpa exclusiva minha. A humanidade tem colaborado bastante. Isso posso afirmar.

São tantos os absurdos que ouvimos, vemos, testemunhamos, que faz com que percamos a fé nessa dita “humanidade”. Em algumas situações sinto vergonha em falar essa palavra pois não condiz com as atitudes cada vez mais insanas e desrespeitosas da sociedade que se diz E V O L U Í D A.

Aposto que a grande massa nem sabe o significado da palavra e se bobear, não sabe nem manusear um dicionário para encontrar o significado dela. Estou sendo má? Sim e não. Sim, porque estou conscientemente jogando na cara uma verdade que bem poucos querem saber. Não, porque estou sendo suave nas minhas reflexões. Poderia e até gostaria de ser mais ácida enfiando o dedo sujo na ferida aberta. Em consideração aos mais sensíveis, pego leve.

Enfim, não estou aqui para especificar algo em especial, mas sim, vomitar minha insatisfação com inúmeras coisas que tem acontecido comigo, com o outro, com povos do outro lado do planeta.

Demorei para dormir essa noite e despertei com o forte desejo de desacelerar, desevoluir até virar uma nano molécula e iniciar tudo de novo em outro sistema, que não seja solar, recém criado. Quem sabe lá, a forma/vida dê certo.

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Missivas para o além

Essa semana recebi uma leva de livros novos na biblioteca. Nesses momentos, volto a ser criança recebendo um aguardado presente. Entre títulos que cairão nos principais vestibulares, uma capa sequestrou meus olhos. Um livro lido anos atrás que muito me agradou e achei que o acervo deveria de ter.

Cartas de amor aos mortos, de Eva Dellaira. O livro já me chamou a atenção pelo título que me fez pensar muito.

Li, emocionei, refleti, questionei. Ao término da leitura, fiquei muito satisfeita por ceder a vontade de ler. Saí renovada de um livro infanto-juvenil que muito me fez bem. E por indicar aos alunos, notei que todos de alguma forma, foram tocados e isso, é o trabalho da literatura. Fazer com que entremos de um jeito no mergulho literário, e saiamos diferentes ao término dele.

Sinopse: Prestes a começar o ensino médio, Laurel decide mudar de escola para não ter que encarar as pessoas comentando sobre a morte de sua irmã mais velha, May. A rotina no novo colégio não está fácil, e, para completar, a professora de inglês passa uma tarefa nada usual: escrever uma carta para alguém que já morreu. Laurel começa a escrever em seu caderno várias mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Elizabeth Bishop… sem nunca entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky.

Ao folhear o livro atual, sentindo o cheiro de páginas novinhas, me peguei pensando em escrever cartas para meus mortos. Por quem começaria e o que escreveria para cada um deles? É um excelente exercício de escrita e indico tanto a leitura do livro quanto escrever para todos os seus que partiram. Acho que começo amanhã.

Algumas frases que te “pegam”:

“Crescer significa saber que você não precisa ser apenas um personagem, vivendo da forma que a história quer que você viva. É saber que você pode ser o autor.”

“Há muitas experiências humanas que desafiam os limites da nossa linguagem. Essa é uma das razões pelas quais temos a poesia.”

“Nirvana significa liberdade. Liberdade do sofrimento. Acho que algumas pessoas diriam que a morte é exatamente isso. Então, parabéns por estar livre, acho. O resto de nós ainda está aqui, agarrado aos cacos.”

Poderia citar outras tantas frases que me comoveram mas deixo apenas essas como petisco para você leitor, talvez se interessar por ler o livro todo, assim como eu e tantas outras pessoas que se apaixonaram por esse romance. Termino essa postagem com a certeza que farei uma segunda leitura e que me emocionarei novamente.

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Participam:

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Qué colinho, qué?

Ande direito. Ande na linha menina! Cuidado com as companhias. Olha lá o que vai fazer!

São tantas “puxadas de orelhas”, tantas ralhadas sem motivos aparentes, Tantas orientações de como ser uma “moça direita”, “moça não falada”, que cresci sem voz e hoje, diante da vida que não é mãe, mas sim madrasta saída dos piores contos de fadas, o que me tornei? Você sabe? Nem eu.

Nesse louco jogo de amarelinha, pulei, saltitei, trapaceei. Fui do céu ao inferno e por lá permaneci. Bem que tentei pegar atalho para subir novamente ao paraíso. O mais perto que cheguei, foi descer na estação do metrô Paraíso em horário de rush. Trocando em miúdos: é a representação em plena terra, do inferno de Dante e de todos os demais diabretes e demônios de Os portões, de John Connolly, percorrendo a passagem subterrânea da linha verde para a linha amarela. Ninguém merece! Muito menos eu.

Outro dia, retornando para casa, cansada, suada, descabelada, tive de percorrer pela linha do metrô que havia dado pane. Ao lado de rostos retorcidos pelo cansaço, fome e raiva, andando na linha, recordei a famosa frase de mamãe e de toda sua geração. Caí na gargalhada e todos me olharam torto achando que, além de se humilharem debaixo da terra para chegarem aos seus destinos, ainda teriam de conviver com uma velha louca em surto subterrâneo. Me dei bem, do nada surgiu um segurança do metrô, saradão, gostosão, que me pegou no colo dizendo “Calma vozinha” vou te tirar daqui em segurança. Não se assuste. Me assustar eu? Báh! Tive é gosto de terminar a rota de turismo a fórceps, carregada por braços fortes, rijos, sentindo cada músculo daquele corpo se movimentando, além de gozar em silêncio com a baforada morna que saia daquele bocão rosado pousando no meu cangote. Vimaria!!! Me diverti com os olhares invejosos das moçoilas que me observavam e adorariam estar no meu lugar. Perdeu nenem!!! A velhice tem que trazer alguma, alguma…alguma o quê mesmo? Xi! Além de lá atrás ter perdido a voz, agora devo estar muda e muito bem acompanhada do Sr. Alemão. Sabe qual é? Aquele que sempre citam quando vêm um velho gagá. Ah! Deixa eu terminar de gozar desse prazer que talvez seja o último, em vez de tentar raciocinar e refletir chegando a conclusão de que essa vida é mesmo uma grande latrina.

…Oh, mas esse colinho tá bom!!! Passa seu zapzap pra vó. Passa vai!

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Presente do dia

Hoje, dia 9 de abril, é comemorado o Dia Nacional da Biblioteca.

Rodei por tantas experiências profissionais até chegar a esta, que se tornou minha razão de viver. Foi escolha mas também foi um presente que o destino me ofertou. Fui descobrindo essa instituição aos poucos, de forma tímida diante de tanta grandiosidade, tanto saber num único espaço.

Hoje, comecei o dia bem atarefada com tantas demandas na biblioteca em que trabalho. Tantas coisas a fazer que acabei esquecendo de divulgar essa data pelas redes sociais. Durante o recreio da manhã, recebi um grupo de meninas que queriam conversar comigo. Encontravam-se ansiosas, atropelando o que tinham a me dizer. Procurei acalmar a todas com palavras de incentivo e total atenção ao que tinham a dizer. Qual não foi minha surpresa ao expressarem que decidiram formar um clube de literatura e gostariam de fazer os encontros na biblioteca. Trouxeram até um regulamento com objetivos, regras e um breve resumo além dos nomes dos integrantes do grupo. Meu coração bateu descompassado de felicidade.

A certeza de que aos poucos, estou de alguma forma, influenciando, servindo de exemplo e ganhando a confiança dessa meninada, é o sinal de que estou cumprindo com minha missão: contribuir para a formação de seres humanos mais íntegros, cultos e conhecedores de seus direitos e deveres.

Pode parecer discurso político e talvez, seja mesmo afinal, fazemos política diariamente e nem nos damos conta disso. O que senti, o que faço no dia a dia na convivência daquelas crianças e jovens, me confirma que fiz sim, a escolha certa na vida. Finalizei o dia tendo a certeza de que nem tudo está perdido e que nosso trabalho de formiguinha, pode não parecer diante de todos, mas, é o alicerce ao lado da escola com seus árduos professores e educadores. Se conseguirmos tocar e ressignificar a vida de um jovem, a missão foi cumprida. Que abram mais bibliotecas!

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Bob F.Claudia LeonardiLunna GuedesMariana Gouveia – Obdulio Nuñes Ortega

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