Beda 2 – Amizades colhidas nos acordes musicais

Desde a infância, sempre puxava conversa onde quer que chegasse. Na escola, dei trabalho às professoras, por conversar demais. Na adolescência, as amizades foram se diversificando. Na rua em que nasci e vivi por mais de quarenta anos, solidifiquei amizades que começaram bem cedo contudo, na fase adulta, cada um partiu para um canto em busca de oportunidades. Alguns casaram, descasaram, tiveram filhos. Outros, como eu, seguiram com os estudos e conquistaram carreiras profissionais.

Em minhas andanças por shows musicais, encontrei uma patota (isso denuncia minha idade) que mantenho contato até hoje. O gosto musical e o amor a um determinado cantor, uniu diversas almas e uma amizade sólida se firmou, mesmo que não nos encontremos sempre.

A responsável por essa união de almas musicais foi a Neli, pessoa incrível, intensa, verdadeira. Ela, através de sua dedicação ao cantor, foi tracejando e encontrando elos para formar esse grupo de amigas e amigos espalhados por essa São Paulo e demais estado.

Aos poucos, todo show marcado, era uma festa antes e depois. Tudo era motivo de encontros, onde rolava abraços, beijos, muitas risadas e cantorias. Através desses anos de amizades, vimos filhos crescerem, terem filhos, algumas partiram deixando um vazio, mas, o elo de carinho e respeito, sempre estiveram firmes, presentes.

O isolamento social impediu nosso encontro de todos os anos. A vontade de reencontrar, aumenta a cada dia. Bendizemos as redes sociais que têm nos salvado da solidão e distanciamento. O afeto, os risos e o carinho, mantemos online.

Tenho a certeza de que voltaremos a nos reunir, dessa vez, com muito mais a festejar além de celebrar o cantor, que foi o motivo dessa união tão bonita e verdadeira.

Neli e meninas : a saudade é grande daqui desse lado. Cuidem-se para que em breve possamos nos abraçar e cantar juntas :

Viver é bom demais!
Ninguém vai me prender
Eu não me escravizei,
Nem me entreguei a você
Sou livre para amar,
Louco pra viver esse amor
Sou livre pra voar porque
Não me importa o céu azul, ou blue
Sou livre pra pensar,
Eu não devo nada a ninguém,
E a liberdade, é tudo que eu sonhei,
Eu vou viver, eu juro

Esse texto faz parte do b.e.d.a — blog every day august.


Participam Adriana Aneli — Claudia Leonardi — Darlene ReginaLunna Guedes – Mariana Gouveia — Obdulio Nuñes Ortega

Imagens: acervo pessoal

Letra de música: Bernardo Vilhena

Conselhos de Fada Madrinha

ditadura-gay-brasil

“Ai amor! Tu não tem idade pra vestir a roupagem de idosa! Fofaa!!  Tu não tem idade pra isso. Tem muita lenha pra queimar. Santa Maria da Periquita Sossegada! Acordaaa!!”

“Mapoa, não se faça de sonsa. Tô falando com vocezinha darling! Fazfavordemedaratenção. A Biba aqui não suporrta ser ignorada!”

Aii!! Tá maluco? Estou invisível por acaso? Ai que não se pode mais almoçar sossegada nesse refeitório senhor!…Tá doendo viu? Por que me cutucou?

Pra ver se desperta desse sono de princesa bela adormecida. Hellow!! Onde anda essa mente hein?

Cássio, por acaso bebeu, cheirou, aspirou muito pó de arroz vagabundo  foi? Não entendo absolutamente nada do que está falando homem! Aff! Me deixa almoçar que ainda tenho de correr até o supermercado para comprar algumas coisas pra casa e só tenho uma hora pra fazer tudo.

Homem? Por acaso, está vendo aqui algum homem conversando com você criatura? Quer dizer então que, além de deixar essas madeixas esbranquiçadas – que aliás, acho UÓ, você ainda sofre de miopia? Hellow again! Sou EU! Cassinha que fala contigo mocréia dos infernos. Não insulta não que o que disse é pro seu bem! Sai dessa vida de senhorinha antes do tempo! Você sempre foi linda, elegante, sexy e acima de tudo, GOSTOSA! Não te aceito por menos! Vamos marcar pra hoje a noite você ir até meu cafofo para eu realizar a grande transformação de te resgatar do limbo dos idosos e te transformar na rainha que sempre foi. Miga, tá sabendo que agora sou uma consultora legítima e sacramentada  da Mary Kay? Que fiz uns cursos de maquiagem que transforma em poucos minutos dragão em miss universo? Então…te quero arrasando a avenida novamente. Que depressão foi essa que te pegou hein? Homem nenhum merece esse desleixo todo amore.

Cássio querido, agradeço sua preocupação mas não me encontro deprimida. Pelo contrário, estou super de bem com a vida. Nunca estive tão bem como agora. E quanto aos meus cabelos, esquece que cansei de ser escrava da moda e dos salões de cabeleireiros. Pra mim já deu. Me dei alforria total dessa ditadura. Serei o que quiser daqui pra frente e se, meu desejo é assumir meus grisalhos, que assim o seja. Entendeu miguinha?

Jesuis é caso de obsessão mesmo! Terei de fazer reza brava no terreiro essa semana. Rogar aos exús que espantem esse espírito de sinhá polvorosa pra bem longe de minha rainha. Vou pedir de volta a Pomba Gira que te acompanhava nos áureos tempos. Ela sim te fazia brilhar nas passarelas da Dama Xoc e da Madame Satã. Lembra? Foi lá, na Dama Xoc, que te vi pela primeira vez e se fosse homem ou lésbica, teria me apaixonado! Tão linda arrasando naquele macacão de lurex, cabelos cacheados, cheio de brilho…Natural e de gumex pra manter aquela onda na texta. Uau!!! Usava um batom ultravermelho na boca, ostentava um sorriso rodeado de covinhas e seu olhar emoldurado por sombra azul e rosa cintilantes e cílios postiços devastadores. Uau!Uau! Não tinha pra ninguém. A mulherada se mordia de inveja e os homens… Bom, os homens se banhavam de tesão por você. Otávia, amiga, volte a ser o que foi um dia. Essa estrela de eterno brilho. Estrelas não devem jamais envelhecer! Prontofalei!

Cássio, amigo querido, só você pra resgatar esse passado que ficou lá no túnel do tempo e me fazer rir tanto. Fala sério, a gente se divertiu muito naquele tempo não? Arrasamos quarteirão com nosso estilo de vida. Quanta gente boa conhecemos nessa época não?  Caio F. Abreu, os meninos da banda Titãs, a turma mais metidinha que andava nos Jardins e frequentavam a boite do Ricardo Amaral…A turma maluca do Marquinho que, infelizmente morreram todos de AIDS nos anos noventa. Marquinhos…Ainda sinto falta do seu astral contagiante e de sua beleza máscula e ao mesmo tempo andrógina. Lembra quando ele se montava de Streisand? Ficava irreconhecível! Uma diva! Ai, esquece tudo isso que relembrar doí muito. Foi uma época maravilhosa mas ficou lá atrás.

Cassío visivelmente comovido abraça Otávia deixando os demais no refeitório especulando o que acontecia com os dois.

Lindinha, passamos por muitas nessa vida não é mesmo? Seremos assim tão ruins que nem o inferno nos quis? Tanta gente boa, se foi tão jovem e nós dois aqui, firmes feito bambu que se enverga mas não quebra. Eu sei que estamos envelhecendo. É fato. Não tem como negar mas, olha, pode parecer piti de bicha véia, de tiona aposentada, enfim, chame do que quiser. Quero que nós dois envelheçamos com dignidade e beleza. E acima de tudo, que nossa amizade permaneça pra eternidade.

Passa lá em casa essa noite Tavinha. Vamos celebrar nossa amizade.

E…pelamordedeus deixa eu dar um jeito nesse cabelo! Fui!

Imagem: Eaiconteudo

Aquela puta amizade que foi sem nunca ter sido

Afinidade pura! Certa vez, um grande amigo meu – daqueles que são alma gêmea -, iniciou um gesto que achei divino: escrever cartas para seus amigos utilizando textos de escritores famosos (ou não) que tivessem tudo a ver com o destinatário. Estava prestes a fazer aniversário quando recebi sua carta. Linda, num envelope carmim, selado com ex-libris em cera derretida. Achei um luxo!

Mas, o que mais me encantou e sensibilizou, foi o conteúdo da carta: um texto de Caio Fernando Abreu: Os sapatinhos vermelhos presente na coletânea Os dragões não conhecem o paraíso. Desculpem minha ignorância, mas ainda não conhecia esse escritor. Logo eu, uma devoradora de livros e conhecedora de autores do mundo todo. Li, reli várias vezes. Emocionei em todas as leituras. Guardo até hoje essa correspondência. Assim como as demais que recebi do mesmo amigo. São verdadeiros tesouros que nenhum valor monetário cobre.

A partir daquela carta, busquei livros de Caio como alguém perdido num deserto que busca por água. Quanta identificação com seus pensamentos, suas palavras!

Hoje, passado alguns anos, voltei a pegar um livro de Caio, A vida gritando nos cantos.

Fui almoçar e levei-o comigo para uma breve leitura após a refeição. Sentei-me ao sol, abri o livro e mergulhei em suas crônicas. Quase perdi a hora de passar o crachá e retornar ao trabalho.  Atenta na leitura, nem percebi o quanto o sol estava quente e agressivo.

Fui ao banheiro e vi que estava um pimentão de tão vermelha. Não liguei. Meu coração encontrava-se aquecido pelas suas palavras. E cheguei a seguinte conclusão: se tivesse tido oportunidade de conhecê-lo em vida, tenho certeza que teríamos sido grandes amigos! Amigos de uma vida inteira. Amigos de se sentar, abrir uma garrafa de vinho, botar uma música de Marina Lima na vitrola (coisa mais antiga, mas se encaixa perfeitamente no texto), e passaríamos a noite trocando figurinhas sobre a vida.

Nem veríamos a manhã chegar e nem perceberíamos os pássaros cantando anunciando um novo dia.

Sinto não tê-lo conhecido. Choro internamente essa chance perdida. No entanto, consolo-me através das leituras de seus contos, crônicas e cartas. Registros que ficaram para a eternidade e para corações sensíveis. Feito o nosso.

Quero o palpável

Você já parou para pensar no quanto as redes sociais se transformaram num imenso ringue de batalha onde cada um defende quase que a dentadas suas idéias? É um tal de querer impor seus gostos pessoais, sua forma de viver, suas ideologias.

De uma hora pra outra, se der uma opinião contrária, pronto. Deu-se a discórdia. E de amigo do peito você passa a ser o inimigo mortal que deve ser dizimado do círculo de “amigos”.

Aliás, falando-se em amigos, vivemos num tempo em que banalizou-se praticamente tudo inclusive o amigo. Amizade passou a ser algo raso, sem conteúdo, passageiro. Hoje podemos ser os maiores amigos. Amanhã, passo e nem te reconheço. Trata-se a pessoa com a maior frieza.

Semana retrasada, reunimos família e amigos (os poucos que restaram) de meu tio que completou noventa anos. Que beleza de reunião! Amigos de meu tio que há décadas não se viam, apareceram para dar o abraço ao aniversariante. Vi chegar um senhor com todas as idades do mundo, percorrendo o salão com uma dificuldade imensa apoiado por um andador e sua enfermeira. Chegou até minha mãe e a cumprimentou dizendo: apesar da idade, da minha saúde precária, da minha quase invalidez, não poderia deixar de vir dar um abraço nesse meu grande amigo de uma vida inteira.

Fiquei tão comovida diante das expressões de carinho desses “velhos amigos” se reencontrando que confesso a vocês que fiquei com uma pontada de inveja de todos eles.

Existe entre eles um elo indissolúvel que está cada vez mais raro de se ver nos dias ditos “atuais e modernos” em que vivemos.

Como já expressou tão bem o filósofo polonês Zigmunt Bauman,  em seu livro Amor Líquido, os laços são frágeis e se desmancham com a maior facilidade. As relações humanas no geral têm se formado numa velocidade incrível e mais incrível ainda são seus desmanches.

Hoje os jovens se gabam de ter mil e tantos amigos nas redes sociais. Costumam falar isso de boca cheia, com olhos brilhantes. Só observo e penso:

“Tá legal. Chama isso de amizade? Devo estar ficando velha e ultrapassada mesmo.”

Falando como meus avós, antigamente amizade era aquela do olho no olho. Assim como os namoros e casamentos, eram para uma vida inteira. Minha mãe mesmo mantém amizades que fez quando era uma jovem de quinze anos. Já está perto de completar oitenta e a chama dessas amizades continuam a mesma. Não. Minto. Não continuam a mesma, estão melhores, mais fortalecidas, amadurecidas. É lindo de se ver quando se encontram!

Hoje, o que observo com certa tristeza, é que as pessoas se desviam umas das outras. Os olhares fogem. Não desejam contato de forma alguma. Se negam a receber em casa.

Se antes, as pessoas adoravam ter suas casas sempre cheias, hoje fogem de visitas. Se refugiam nos shoppings centers passeando, olhando vitrines, se empanturrando de fast food, consumo, consumo e mais consumo e as relações como ficam?

Rasas.

E depois reclamamos que vivemos solitários!

Enfim pessoas, creio que está mais do que na hora de reavaliarmos o modo de vida que queremos de fato. Já cheguei aos cinquenta anos e desejo que meus próximos possam ser mais verdadeiros, quero amizades e demais relações fincadas na doação real. Amo internet e redes sociais mas elas não podem substituir a convivência diária, o olho no olho, o toque de um abraço. É isso!

O tesouro que trago na alma

eu e rick5

Outro dia me peguei pensando no que dizer para uma pessoa muito,mas muito amiga mesmo. Queria expressar meu amor,meu carinho, meu respeito por ela. E não é que não saiu nada escrito? Havia pensado em escrever uma bela missiva onde pudesse externar meus mais profundos e sinceros sentimentos por ela. Nada!

Senti as palavras algemadas na mente e engasgadas na garganta. Simplesmente não saía nada! Como podemos ficar tão sem ação e sem palavras diante de alguém tão próximo da gente. Tão íntimo. Quase uma alma gêmea?

Então parei e comecei a pensar no dia em que nos aproximamos um do outro. Éramos tão diferentes que jamais pensei que pudesse vingar uma amizade. Nossos primeiros encontros. Um pisando em ovos com o outro.

Pensando nas palavras para se falar. Todo aquele cuidado de quando não conhecemos ainda o terreno em que pisamos. Pouco a pouco fomos nos soltando e a amizade foi se consolidando. Ao término da faculdade, imaginei que cada um seguiria seu  caminho e com o tempo perderíamos contato. O que é bem comum de se acontecer. Mas conosco aconteceu o contrário. Firmamos um acordo tácito de nos encontrarmos toda semana para um jantar ou um café. E assim fizemos por anos a fio.

Um verdadeiro ritual! Cancelava todo e qualquer compromisso só para poder encontrar meu amigo querido. Algumas pessoas até questionavam se o que sentia por ele era só amizade mesmo ou algo mais. No que prontamente respondia: É amizade e um algo a mais. Mas não o que vocês imaginam. Não é algo sexual, carnal. Não! Vai muito além. O prazer em estar na sua companhia é algo difícil de traduzir em palavras.

E nesses anos de amizade infinda, fizemos de um tudo juntos! Ou quase tudo. Jantamos fora inúmeras vezes, tomamos cafés ininterruptas noites, e viajamos juntos dividindo cama e tudo. Sempre com a eterna e calorosa camaradagem que bem poucas vezes vi ou tive com mais alguém.

Fingimos ser um casal em lua de mel numa das viagens por puro comodismo. Acharam que éramos esse tal casal e nos colocaram num quarto maravilhoso com banheira hidromassagem e tudo! Uma cama enorme, divina de gostosa. Mudar pra quê?

Até hoje recebo correspondência em casa em nome do casal afinal, até mesmo nossos sobrenomes são parecidos. Vê só quanta identificação?

O meu carinho foi ampliando com o tempo e passou do pessoal para o profissional. Pois vi ano após ano, seu crescimento, seu amadurecimento e hoje, é um homem com H maiúsculo que não deixa dúvidas para ninguém sobre sua capacidade profissional. Dá o maior orgulho te ver sendo elogiado por todos. Sinto-me privilegiada em contar com seu carinho, amor, respeito, amizade incondicional. Afinal, não é todo mundo que tem essa chance na vida em ter um amigo no real sentido da palavra. E nós dois sabemos que amizade a cada  dia que passa se torna artigo de luxo, quase uma relíquia. Num mundo em que tudo se torna fast, até mesmo as relações, poder contar com sua amizade é precioso demais!

Amigo, adoro nossos encontros, nossos papos que nunca findam, nossos projetos de vida, nossos desabafos. Como é bom poder olhar para seus olhos blues e se perder na sua bondade, na sua energia sempre positiva.

Sabe, tenho você bem aqui, no centro de meu coração num local eternamente aquecido e iluminado. Não porque essa luz emana de mim. Muito pelo contrário.  É sua luz que sempre se irradia, aquece e mostra o caminho para mim. Quantas vezes você calmamente me ouviu desfiar meus tormentos, meus amores, desamores, minhas desconfianças, dissabores da alma. Talvez eu não tivesse a paciência que sempre teve comigo. Sua brandura sempre amornando a fervura que tomava conta de minha alma nos momentos de grande tormenta. O seu abraço sempre sincero, forte a amparar essa, que a cada pouco tem as pernas bambas pela insegurança da vida.

Hoje, por conta de inúmeros compromissos seus, não temos nos encontrado. Sinto sua falta em minhas semanas. Parece que falta algo e realmente falta. Você!

Por outro lado tenho plena consciência que você deve seguir seu caminho, conquistar seu espaço nesse mundo, buscar novas fronteiras. Acredita que houve época em que sentia ciúmes de você com outras amigas suas? Pois é, mas hoje, já amadurecida, sinto até uma certa alegria em saber que você distribui sua atenção para outras pessoas. Pouco a pouco e também com a ajuda da psicanálise, estou aprendendo a desapegar de tudo. Inclusive trabalho o desapego nas relações. Hoje não sofro mais com a ausência daqueles que amo pois sei que continuam a me amar e que a distância não encurta tais sentimentos. Eles estão lá, firmes, fortes, enraizados. Ela é apenas um estado, um momento, um recorte em nossas realidades.

Amigo, sabe há quanto tempo desejo falar tudo isso e muito mais a você e nunca consegui?  Anos! Talvez você em sua simplicidade de alma ache bobagem eu tentar expressar algo que sabemos existir. Mas acredite, eu precisava e muito botar tudo isso pra fora. Canalizar e sacramentar por palavras tudo isso que me vai a alma.

Acredite meu menino/homem/alma/amigo, somos centelhas de vida antigas e já eternizamos essa amizade de longa data em antigas civilizações. Talvez tenhamos nos encontrado lá em Capela ou quem sabe em outra constelação no universo e de lá pra cá, fomos engavetando sonhos, realidades, tristezas. Criamos nossas colchas de retalhos de tantas vivências juntos e transformamos essa nossa velha amizade em ouro puro e tenho certeza que mesmo eu um dia partindo antes de você ou vice-versa, manteremos esse laço indissolúvel entre nós. Te amo!