Salvoador
de um povo oprimido
não reconhecido,
retumba o tambor
De um espírito forte
lutador, que rangeu de dor
nas senzalas de seu senhor
Quebrou grilhões, partiu
ainda não encontrou
nem provou seu valor
— Num lamento grave
foliões, sua o peito latejante
Seguem adiante, inovando
— passos
Nem Gabriela, nem Jorge
muito menos, Brown
O povo na rua
— clama
reconhecimento, respeito
Marias, Josés, Janainas,
tantos anônimos que
cedo, estômago vazio
— quando muito,
tapioca ou acarajé
Os estimulam a seguir
sobrevivendo, numa Salvador
árida, blue, suja, degradante,
No centro velho, ninguém se salva,
impera somente
ador.
Esse texto faz parte do b.e.d.a — blog every day august.
Participam Adriana Aneli — Claudia Leonardi — Darlene Regina – Lunna Guedes – Mariana Gouveia — Obdulio Nuñes Ortega
Imagem: acervo pessoal