BEDA – Rompendo casulo

Hoje desabrochei

tal qual minhas violetas

Que acaricio e converso

Aos poucos, viçosas

parecem me ouvir

Sorriem para mim

Hoje metamorfoseei numa linda borboleta

Saí do casulo mansamente e,

aos suaves e frenéticos toques,

vibrei

me transformei

Voei pela sala, leve

Nua na transparência de um

slip dress cor de pele

em seda, roçando, sinto

arrepios

brilho nos olhos

antes opacos,

pela rotina densa

Pouso no meio da sala

ao som d’um jazz qualquer

A altura causa tonturas,

Em posição de um asana indiano,

medito

enquanto cachorro que olha 

pra baixo

Aguardo…respiro…suspiro…

Jorro fluídos quentes,

tremor que abala

estruturas…

Nirvana? Não sei

após morte súbita,

me reconheço

viva

Ao contrário da borboleta

com ciclo de vida de

vinte e nove dias

Cheguei aqui – cinquenta e nove

Anos…pulsando…

Evoluí.

 

Esse texto faz parte da blogagem coletiva BEDA (Blog Everyday April).

Participam comigo:

Alê Helga – Claudia Leonardi– Lunna Guedes – Mariana Gouveia – Obdulio Nuñes Ortega – Suzana Martins

Imagem gratuita: Pexels

Entalhadas nas nervuras do corpo ser — semente — flor

(Nirlei Maria Oliveira, As estações)

Sou povoada por

— palavras

Percorrem a corrente sanguínea, inundam meu

— cérebro

Passeiam pelas retinas,

Se metamorfoseiam em

— saliva

Alimentam minha boca,

Aberta, inundam meu

— exterior

Sou pá, cavouco,

Sou lavra, trabalho, entalho

— Ideias

Nas dobras, se aquecem, aguardam

a hora certa de 

germinar.

 

 

Esse texto faz parte da blogagem coletiva Blogvember. Participam comigo:

Lunna Guedes – Mariana Gouveia – Obdulio Nuñes Ortega – Suzana Martins

Imagem gratuita: Pexels

Reengenharia

reengenharia

Faço/refaço/faço/refaço

Faço/refaço/faço/refaço

Faço/refaço/faço/refaço

Faço/refaço/faço/refaço

Faço/refaço/faço/refaço

Faço/refaço/faço/refaço

Disfarço…

Não faço!

Chega, não sou palhaço!

Imagem: Google