Hoje desabrochei
tal qual minhas violetas
Que acaricio e converso
Aos poucos, viçosas
parecem me ouvir
Sorriem para mim
Hoje metamorfoseei numa linda borboleta
Saí do casulo mansamente e,
aos suaves e frenéticos toques,
vibrei
me transformei
Voei pela sala, leve
Nua na transparência de um
slip dress cor de pele
em seda, roçando, sinto
arrepios
brilho nos olhos
antes opacos,
pela rotina densa
Pouso no meio da sala
ao som d’um jazz qualquer
A altura causa tonturas,
Em posição de um asana indiano,
medito
enquanto cachorro que olha
pra baixo
Aguardo…respiro…suspiro…
Jorro fluídos quentes,
tremor que abala
estruturas…
Nirvana? Não sei
após morte súbita,
me reconheço
viva
Ao contrário da borboleta
com ciclo de vida de
vinte e nove dias
Cheguei aqui – cinquenta e nove
Anos…pulsando…
Evoluí.
Esse texto faz parte da blogagem coletiva BEDA (Blog Everyday April).
Participam comigo:
Alê Helga – Claudia Leonardi– Lunna Guedes – Mariana Gouveia – Obdulio Nuñes Ortega – Suzana Martins
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