Desde criança, tenho verdadeira fascinação por formas e cores, tanto que tinha certeza que seria uma artista plástica pois vivia com um bloquinho e lápis, desenhando tudo o que me chamava atenção.
Em 1993, passei no vestibular e iniciei o curso de arquitetura, na Universidade São Judas, na Mooca. Atravessava a cidade, dormindo em pé no trem e metrô para assistir as aulas que começavam às 7h da manhã. O prazer se estampava em meus olhos durante as aulas de comunicação visual, desenho arquitetônico, projeto e paisagismo. Em compensação, chorava lágrimas de sangue a cada aula de cálculo, física e resistência dos materiais. Números nunca foi meu forte. Pelo contrário, penso comigo que devo sofrer de discalculia e nunca fui diagnosticada.
Minhas aventuras nesse curso durou somente um ano e meio. Desisti exatamente por conta dos malditos números: não dava conta das equações dadas pelos professores e também não dei conta dos números que representavam a mensalidade do curso. Não combinava com minha realidade. Dura realidade. Precisei voltar ao mercado de trabalho. Nesse meio tempo me descobri na Biblioteconomia mas continuei com minha paixão pelas linhas, retas e curvas.
De Bauhaus, passando por Walter Gropius, Le Corbusier, passeando por nossos talentos, Niemeyer, Lina Bo Bardi, Vilanova Artigas e tantos outros talentos que vieram depois, todos me emocionam ao observar a beleza de suas linhas. Mas, confesso que sou amante do que veio bem antes desses nomes se tornarem conhecidos.
Quando estive em Portugal, de férias em 2006, explorando a cidade de Lisboa, me encantei com essa construção que chama a atenção: Tourada de Campo Pequeno. Apesar de meus olhos brilharem com sua beleza exótica, não quis assistir nenhum espetáculo de lá. Passo longe de touradas.
Ainda passeando por Lisboa, registrei esse prédio que nem é propriamente bonito mas me chamou a atenção, seus detalhes, a porta, o conjunto todo.
Na Ilha de Itaparica, explorando suas ruas, me deparei com essa bela construção. Fiquei uns minutos mergulhada nela a pensar em seu passado e quantas histórias tem registrada em suas paredes.
Essa casa encantadora também capturou meus olhos e as lentes de minha câmera na Ilha de Itaparica. De portas e janelas abertas durante todo o dia, ela exalava vida e cuidados. Basta observar esse belo canteiro do lado de fora
Não sou católica mas, se tem algo que gosto de fazer ao viajar, é conhecer as igrejas locais. Adoro apreciar esse tipo de construção. Tenho registro de várias igrejas que visitei em Portugal mas, infelizmente, na época, tirei numa máquina que não tinha boa resolução e isso, aliado a incompetência da humana que manuseou essa câmera, não registrei boas fotos. aliás, só mantive por conta de ser uma boa lembrança. Basta observar as fotos acima que não primam pela nitidez e foco. Num outro passeio, dessa vez em Paraty, finalmente consegui encontrar a igreja da cidade histórica aberta e fiz alguns registros de seu interior

Mas também gosto de registrar o caos urbano de São Paulo e, aqui em minha região, tenho belos exemplos, como esse prédio preto que passou recentemente por uma reforma e que gostei bastante da pintura preta aliada ao verde em cada varanda.
Esse texto faz parte das blogagens coletivas BEDA (Blog Everyday April) e Projeto Fotográfico 6 on 6. Participam comigo:
Alê Helga – Claudia Leonardi – Lunna Guedes – Mariana Gouveia – Obdulio Nuñes Ortega – Suzana Martins