Momento filosófico/psicológico ou, simplesmente jogando conversa fora

Amanheci pensando no que leva uma pessoa a tornar-se opressora. Lembrei-me de algumas, com as quais convivi e, cheguei à seguinte conclusão: Todo opressor é solitário e deseja companhia. Só não sabe como conquistar.

Maus tratos na infância pode ser um sinalizador de tal comportamento. Porém, nem todo ser que sofreu quando criança, torna-se um adulto com essa natureza. Pessoas nascidas e criadas de forma saudável, podem apresentar – na fase adulta – tal distorção.  

Mais uma vez me pego com a seguinte questão: por quê ? Ainda não obtive resposta. Sigo estudando, analisando, refletindo sobre as nuances da natureza humana. É fascinante e, ao mesmo tempo, assustador. Todos temos a linha invisível que delimita ações conscientes de ações movidas pela loucura. Sei que também carrego essa linha e que posso ultrapassá-la. Tudo depende de nossa saúde mental, de nosso autoconhecimento, de nossas relações e do quanto interagimos com elas. Se somos ouvidos, compreendidos, aceitos, respeitados. 

A história nos mostra  inúmeros exemplos – seja na política, na religião – que são locais onde mais exemplos tivemos. Não paramos por aí. No âmbito familiar, é comum a presença de uma pessoa com tal perfil. Geralmente é na figura paterna que encontramos um maior número mas, pode se manifestar na figura da mãe, nos filhos, sogros, tios.

Essa reflexão é de uma pessoa leiga que gosta de ler e estudar sobre o comportamento humano. Posso ter expressado bobagens. E se falei, peço desculpas.Tenho aprendido muito sobre minhas próprias ações e isso, tem-me levado a ser mais tolerante com as falhas humanas. Mas, o opressor, ainda me causa asco e, procuro na medida do possível, manter certo distanciamento. 

Balanço geral

Todo ano a mesma coisa. Os mesmos rituais. Os mesmos rostos eufóricos a desejar o melhor. E assim, escapando do estresse que é enfrentar lojas e filas, além do mal humor de balconistas que trabalham cerca de dezoito horas em péssimas condições (sei bem porque já fui uma), perder horas preciosas no trânsito ou no aperto das conduções coletivas. É chato, é desgastante mas, quando nos reunimos para se confraternizar, tudo some: cansaço, nervosismo, mal humor, noites mal dormida.

Fica a leveza de espírito em saber que conseguimos finalizar mais um ano de muito trabalho, dissabores, perdas, falta de dinheiro e inúmeras incertezas. Mantêm-se a certeza de que, o que vale mesmo, são os momentos que passamos juntos aos que amamos e re-afirmamos mais um ano de contrato.

Esse ano, mais do que outros, tenho a certeza de que devemos nos esforçar para fazer cada momento único e rico em alegria, tolerância e amor. Não sejamos econômicos em expressar carinho e sorrisos. Como seres em eterna mutação, acredito que nossa permanência aqui no plano terreno é bem passageiro e – por conta disso mesmo – precisamos nos conscientizar que precisamos amar, mas amar muito. Não esse amor Doriana que a indústria marqueteira propaga e sim, o amor verdadeiro que a tudo suporta e nada cobra. Apenas aceita.

Estou parecendo piegas? Pode ser caro leitor. Quer saber? Bendito os que ainda têm a capacidade de ser piegas e não se envergonha de expressar o que pensa ou sente.

A humanidade está carente e precisa se despojar dessa roupagem fake no qual todos devemos aparecer belos, magros, bronzeados e felizes. Abaixo a maquiagem. Desejo homens e mulheres de cara e coração limpos. Sem artifícios. Apenas humanos.

Mulher invisível

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Dizem que, ao envelhecer, encolhemos. Suspeito que tornei-me anciã e, pouco a pouco, torno-me invisível.

Nessa nossa sociedade patologicamente plugada ao seu smartphone, torna-se cada dia mais difícil manter uma convivência como nos “antigamente”. Sempre tive o hábito de cumprimentar a todos nas empresas onde trabalhei. Do porteiro ao diretor. Nunca fiz distinção. Fui educada por meus pais – que nem terminaram o primário, a usar de cortesia e sempre esboçar um sorriso sincero ao cumprimentar as pessoas assim que chego ao recinto.

Hoje em dia, sorrio e falo com o vento, as paredes, as janelas, o assoalho. As plantas me respondem avivando sua tonalidade verde. Algumas flores até se viram para mim, como que sorrindo e agradecendo minha atenção para com elas.

É. Além de tudo devo de estar sofrendo de alguma doença mental. Como diziam os antigos a quem tenho me referido, “mente fraca”. Se penso que as plantas me respondem a um cumprimento, a coisa deve de estar feia pro meu lado.

Cada dia que passa, sinto-me mais e mais deslocada nessa comunidade a que pertenço mas que, ao que parece, devo estar me distanciando. Olho, ninguém me olha. Passam reto. Cumprimento e sorrio, as pessoas continuam com suas feições endurecidas e nem ao menos soltam um suave grunhido como fazem os tímidos. Silêncio absoluto! O que acontece? Cadê aquela animação para formar roda de amigos e conhecidos e passar horas de conversação, risadas, olho no olho e o desejo de se encontrar muito em breve para dar continuidade ao bate papo?

Outro dia, fui visitar família. Confesso que saí de lá ressentida e frustrada. Minha vontade era tanta em conversar e matar saudade no entanto, percebi que a programação da TV estava mais interessante que minha insistência em manter uma conversa animada e contar as novidades. Pouco a pouco, fui murchando. Silenciei e saí à francesa. Fui ao banheiro, lavei o rosto numa inútil intenção de expurgar o gosto ácido da frustração, peguei a bolsa e saí. Elas mal me olharam ao me despedir.

Ninguém mais tem interesse em saber das novidades do outro… A não ser pelas redes sociais que, se postar algo sobre o que anda fazendo, dependendo do que for, ganhará muitos likes e coraçõezinhos e Uaus.

Credo! Isso tudo anda muito chato! Quer saber? Não vejo a hora de completar meu horário aqui no trabalho e dar uma banana bem dada a todos, voltar correndo para meu ninho e me consolar com as séries favoritas da Netflix!

Aqui pra vocês!!

Imagem: Pocho

Reação

Minha rotina é acordar e após levantar, ligar a TV para saber das notícias do dia.

Hoje pela manhã, não fiz diferente. Mas…Pára o mundo que eu quero descer!

Nem preciso reproduzir aqui o que as redes sociais no mundo todo estão noticiando e comentando à exaustão. No entanto, devo dizer aqui, de forma bem singela e talvez – para muitos – parecer piegas e simplista (ou simplória): Não me afeta!

O que acabo de confessar não é opinião de uma alienada ou de uma pessoa sem conhecimentos. Aliás, talvez por deter conhecimento demais, por ler demais, por me informar demais, optei por seguir esse caminho.

Decidi ser feliz mesmo que o mundo esteja ruindo ao meu redor. Mesmo que as mesquitas, os templos, os arautos que comandam a humanidade estejam se consumindo no fogaréu da vaidade descontrolada, sigo mantendo minha alma em paz. Dou o meu melhor, ajudo a quem precisar, sigo os valores que acredito serem verdadeiros para minha formação de ser humano. Não sou Maria Vai Com As Outras. Não sigo modismos. Não defendo bandeiras.

O planeta passa por momentos críticos que, somente os que se munirem de amor verdadeiro, respeito próprio e alheio, pensamentos puros (no melhor sentido), e intenção de fazer dessa nossa morada passageira, um lar do bem, se manterão em pé. Digo isso, não com a intenção de bancar um profeta de Deus. Não mesmo! Desses (falsos) profetas, o mundo já está sobrecarregado. Digo isso, com a intenção mais pura e verdadeira de alertar à todos. Parem um pouco, repensem suas condutas e traçem um caminho melhor para deixar aos seus descendentes. Para essa juventude que herdará o que construirmos agora.

É uma responsabilidade muito grande portanto, mãos à obra que temos muito serviço pela frente.Não temos que temer. Não precisamos aceitar essa realidade torta que tentam enfiar goela abaixo de todos azeitonada no medo e no terror.É essa iguaria que paralisa, que entorpece, que impede que cresçamos dignamente.Sempre fui, sou e serei a favor do amor em todos os níveis. E não abro mão. Principalmente nesse momento de total desequilíbrio de pensamentos e condutas onde tantos interesses e conflitos brigam entre si. Não sigo rotas pré-estabelecidas. Reajo traçando meu próprio caminhar.

Exercitando a pequenez para engrandecer

Vaidade. Segundo Houaiss: qualidade do que é vão, vazio, firmado sobre aparência ilusória. Futilidade… E por aí vai mais tantos outros atributos a uma qualidade (ou será falta dela?) que determinadas pessoas possuem.

Introduzi esse texto com essa pequena explicação firmada por um estudioso, justamente para discorrer sobre esse traço comportamental que tanto afeta as pessoas.

Num mundo onde o importante é parecer e não ser, de fato, a vaidade passou, de defeito vergonhoso, a um atributo dos mais cobiçados. Em todas as áreas, esbarramos com pessoas desvergonhosamente infladas pelo excesso de vaidade.

E as criaturas piram ao redor de seus umbigos!

Cruzo diariamente em diversos locais com pessoas portadoras desse mal. Elas não sabem. Elas ainda não têm consciência do mal que as assolam. São dignas de pena, pobrezinhas. Se acham a última cocada da embalagem. Mal sabem do quanto servem de chacota das demais pessoas que convivem com elas. Mal sabem que, de pessoas, passaram a personagens dessa que por hora vos escreve. Aliás, são elas que me inspiram à exaustão, na criação de minhas obras literárias. Só tenho a agradecer!

No entanto, pobres seres. Esquecem que todos, sem exceção, temos data de validade e nunca sabemos quando essa validade expira.

Em nome dessa vaidade, tenho presenciado atitudes absurdas, quando não, desrespeitosa e irresponsável.

Por conta disso tudo, procuro sempre tomar precauções para não reproduzir tal comportamento. O mundo já está abarrotado de seres inflados. O mundo carece de pessoas mais pé no chão e humildes. E humildade aqui, não significa ser fraco de espírito. Muito pelo contrário. Ser humilde, é ter a grandeza em se manter “pequeno” para não ofuscar olhos já tão embaçados pela futilidade. Procuro na medida do possível, fazer parte desse grupo que preza a beleza natural das coisas e pessoas. Menos é mais. Sempre.