BEDA – Salva por um poema

A vida às vezes grita, berra, ruge numa vã tentativa de tornar-se mais branda. Mas, qual quê!? O humano teima em reincidir em seus erros grosseiros e a vida nos devolve em dobro, com juros e correção. Aí, é sentar e chorar ou, simplesmente se render a beleza e doçura de um poema. Como esse que me caiu em mãos enquanto fazia uma revisão da catalogação da área 869.1 (Poesia Brasileira). Minha manhã tornou-se leve e mais colorida mesmo que o tempo lá fora esteja encoberto e cinza. Obrigada Cecília!

Serenata

Permita que eu feche os meus olhos,
Pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
E cantando pus-me a esperar-te.


Permita que agora emudeça:
Que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silêncio,
E a dor é de origem divina.


Permita que eu volte o meu rosto
Para um céu maior que este mundo,
E aprenda a ser dócil no sonho
Como as estrelas no seu rumo.

Cecília Meireles

Este texto faz parte da blogagem coletiva BEDA (Blog Every Day August). Estão comigo nessa deliciosa brincadeira séria:

Bob F. – Claudia Leonardi – Lunna Guedes – Mariana Gouveia – Obdulio Nuñes Ortega –Suzana Martins

Imagem gratuita: Pexels

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