(Suzana Martins, Estações)
Por minhas mãos já passaram muitos cadernos. Os escolares com anotações das matérias, exercícios, bilhetinhos nunca enviados, rascunhos, desenhos. Muitos desenhos. Os diários que registraram boa parte de minha adolescência com meus sonhos, planos, desabafos, receberam minhas inseguranças, esperanças, confissões.
Esses, se perderam com o tempo ou quem sabe, tenha alimentado uma fogueira no fundo do quintal. Não me recordo.
Depois vieram as agendas que nunca marcavam meus compromissos. Em suas áreas livres, preferia esboçar pequenas histórias, desenhava personagens, alinhavava situações.
Trago alguns cadernos artesanais feitos por minha irmã. Verdadeiras obras de arte, com suas folhas em branco aguardando pacientemente sua vez de serem usados, rabiscados, desenhados. Aprecio vê-los enfileirados ao lado dos livros artesanais que fazem parte de meu acervo.
Estação entra, estação sai e eles seguem sugerindo novos rumos para minha mente e meus dedos nervosos bailar no teclado transformando, criando possíveis vidas a delinear horizontes literários. Ou simplesmente registrar meus escritos matinais há tanto tempo abandonados que servem de terapia, descobertas e fortalecimento da escrita, minha redenção de um mundo cada vez mais insano.
Esse texto faz parte da blogagem coletiva Blogvember. Participam comigo:
Lunna Guedes – Mariana Gouveia – Obdulio Nuñes Ortega – Suzana Martins
Guardo meus cardeais, cheio de histórias e escritos, em caixas de papelão que um dia ainda irei abrir… Serão como cartas do passado do sujeito que eu fui.
Sempre retorno a eles, assim como as cartas, bilhetes, cartões postais…
Nossa, eu me lembrei dos meus cadernos escolares e da peregrinação que fazíamos no outono para comprá-los. Adora aquele cheiro novo, mas ficava ansiosa para escrever neles. rs
Curtia esse momento também
Também me retorno a eles de vez em quando. Dá uma sensação de nostalgia.
Nossa, que encanto cada página, cada caderno! ❤
Confesso, que estou presa naquele esboço a lapis! Que lindo, Roseli!! ❤
Esses cadernos são especiais mesmo. Suzana, retomei minha primeira paixão que foi o desenho. Esse esboço era para o livro Equação infinda, quem sabe possa aproveitá-lo num próximo trabalho