com lupas microscópicas. (Mariana Gouveia)
Tem coisas e pessoas que são tão importantes em nossas vidas que guardamos como verdadeiros tesouros com medo de serem roubados. Outras vezes nosso egoísmo nos leva a tomar essa atitude. Não desejamos dividir com ninguém. Foi o que aconteceu com nossa relação. Se é que posso chamar assim…Pensando bem, posso pois é uma relação. Diria até estável uma vez que já completou duas décadas.
Está certo que entre idas e vindas, ocorreu hiatos. Períodos de total silêncio de ambas as partes. Até eles me são preciosos. Eu sei que você está longe, vivendo sua vida, atravessando cotidianos, comendo, bebendo, digerindo essa nossa absurda realidade. Curtindo as conquistas de seu amado time. Escrevendo.
Também sigo minha rotina, celebrando minhas pequenas/imensas vitórias. Natural afinal, são minhas, são genuínas. Consumo moderadamente, me alimento cada vez mais de produtos naturais, dou valor ao pequeno produtor, evito comprar de empresas que exploram crianças, reflito mais sobre meu papel no mundo. Leio cada vez mais, mergulho nas séries coreanas que tanto embalam minha alma sonhadora e fantasiosa. Sou velha, bem sei mas mantenho minha criança latente, cheia de energia dentro dessa caixa que pulsa sem parar aquecendo minh’alma.
Quando a realidade se torna insuportável, abro a tampa e admiro sua beleza, sua fina ironia, ouço-te declamar poemas tecidos com o mais puro amor que sai de ti. Na companhia de minha criança interior, ambos não permitem que sinta o peso da solidão. Sometimes, penso se voltaremos algum dia a nos encontrar, como outrora fizemos. É quase certo que não, por isso, tem sido cada vez mais frequente, minhas miúdas mãos carcomidas pelo tempo, vasculhar o fundo da caixa na esperança de reviver um beijo, um afago, um suave cafuné. Novamente ouço Shania Twain cantarolando You’re still the one, sorrindo confirmo que sim. Permaneço escrevendo.
Esse texto faz parte da blogagem coletiva Blogvember. Participam comigo:
Lunna Guedes – Mariana Gouveia – Obdulio Nuñes Ortega – Suzana Martins
Imagem licenciada: Shutterstock
eu suspirei aqui enquanto ouvia Shania…
Fazia tempo que não ouvia Shania. E era uma voz forte . A letra voltou feito um raio aqui e eu repeti o refrão. Tudo que me lembro da música. E agora preciso reler o texto. Mas, eu não acredito em deter ninguém. Sou a que deixa ir. Sempre achei o máximo a parábola do pássaro na gaiola. rs
Também não seguro ninguém. A liberdade é para quem deseja caminhar ao meu lado e se quiser, pegue outra trilha. Bacio