Essa provocação de Lunna Guedes, através de uma frase do livro da poeta Rosana Gastaldi Cominal, deu nó em minha mente e também em minhas emoções.
Em parte, porque as atribulações do dia, as distrações promovidas por inúmeras situações me tiraram a atenção devida. Por outro lado, sou o tipo de escritora que necessita de solidão absoluta para desenvolver a linha de raciocínio para escrever. Hoje, estava quase impossível.
Aproveitei agora, despedida da tarde, início da noite onde nuvens escuras se mesclam com matizes laranja e tons cinzas, nível quase zero de barulho do trânsito abaixo do décimo andar onde habito, TV ligada porém, baixa…Minha mente, tenta pegar no tranco para materializar o texto.
Desvio o olhar da tela do note para pousar sobre o amarelo Rio de Janeiro, da Color Plus que tão bem resultou no livro Mulheres que voam. Rosana, como resolver essa questão que jogou em meu colo? Logo eu que sempre fui um zero a esquerda para resolução de equações sejam elas matemáticas ou filosóficas.
A resposta a essa provocação é: Vivo e mantenho-me ativa no corpo e no etéreo através dessa que se reflete em meu espelho. Sou fiel a mim mesma, aos meus anseios, dúvidas, desejos, medos. Não arredo pé de ser fiel a esse reflexo, caso contrário, seria um engodo, uma simulação de mim mesma. A psicanálise me ajudou nesse reencontro. Fiz as pazes e desde então, seguimos unidas, cientes que nem todos os dias serão cor-de-rosa.
Prova cabal de que hoje convivemos bem, é diariamente despertar, sentar na cama e mirar meu reflexo no espelho. A mulher do outro lado, sempre me presenteia com um sonoro e sorridente desejo: “Bom dia, seja feliz!”
E sou. Independente dos obstáculos, das aporrinhações, das pessoas chatas que cruzam meu caminho, muitas vezes me tirando do prumo, do metrô sempre lotado, dos preços disparados nas gôndolas dos supermercados, da violência banalizada. Nada, nem mesmo as perdas, me fazem infeliz porque SER Feliz, foi minha opção de vida.
Esse texto faz parte da blogagem coletiva Blogvember. Participam comigo:
Lunna Guedes – Mariana Gouveia – Obdulio Nuñes Ortega – Suzana Martins
Também fiquei em polvorosa aqui, Roseli, mas acho que me saí bem.
Seja feliz sempre, minha querida! Abraço carinhoso ❤
Gratidão Mariana. Abraço carinhos voltando pra você
Roseli querida, que crônica maravilhosa a sua!
Sabia que o primeiro título que dei a esse poema foi equação matemática?
Com o passar do tempo, a filosofia falou mais alto e deixei o etéreo: sonhos são presságios… que a Lunna, essa mulher raio-x filtrou no meu verso-síntese: como posso viver sem essa mulher que funciona como o meu espelho?
Deixo a primeira estrofe de outra versão espelhada:
meu rosto vivaz, inexpressivo
lágrimas leves, espessas
olhos atentos, cegos
sorriso tímido, atrevido
amor vulcânico, platônico
espelho invisível, reflexivo
eu louca, atônita
(…)
Forte abraço, Rozana
Rozana, que legal! Tenho um livro anterior ao Quinta das especiarias que se chama Equação Infinda. A Lunna sempre enxergando mais longe né? Amei essa estrofe. Aliás, seus poemas e escritos são demais mulher!!! Sou sua fã. Abraço
Vou encomendar seu kit, também sou sua fã.
A sua linda, obrigada. Espero que goste deles assim como eu gostei de escrevê-los. Bjs