Hoje acordei envolta numa preguiça marota. Abri a janela e se apresentou uma pintura em tons de cinza. A cidade parecia adormecida. Nem carros pelas ruas, nem pessoas circulando pelas calçadas ainda úmidas da chuva noturna. Lembrei que nunca havia escrito uma carta à você. Passei um café, sentei e ao ligar meu note, fui surpreendida pelo seu não funcionamento. Isso me tirou do sério. Tomei posse de meus livros que por hora leio.
Mastigando um suculento pão de queijo, folheio o livro Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe. Ainda não havia me aventurado nas linhas desse alemão. Não posso ainda dizer que estou gostando mas está sendo uma curiosa aventura literária. Você já leu? Fiquei curiosa.
Outubro se aproximando e uma ansiedade se enraiza em meu coração. O que nos reserva o futuro ditado pelas eleições? Melhor nem pensar.
Prefiro me agarrar a nossa escrita e as nossas leituras. A magia é terapêutica e por hora é o que me resta enquanto não se resolve o resto. Fiquei feliz em saber que tem trabalhado bastante. Eu também. Chego em casa esgotada mas satisfeita com minha atuação no que faço de melhor: trabalhar com os livros e com as crianças e adolescentes. Me rejuvenesce.
Apesar do frio, me preparo para sair e enfrentar a suave melancolia dessa manhã feliz. Já experimentou? Manhãs cinzentas e frias são carregadas dessa sensação e, ao contrário do que se imagina, trás boas novas. Fico por aqui amigo Obdulio, desejando um excelente domingo.
Abraço
Esse texto faz parte das Missivas de setembro
Participam comigo:
Lunna Guedes – Mariana Gouveia – Obdulio Ortega Nuñes – Suzana Martins
Ah, você me levou para longe. Não sou o destino da sua missiva, mas fui enquanto a lia. Pisei Londres de ontem. Novente e dois. Nunca mais voltei e não é porque não gostei. A pessoa que lá esteve, adorou e aproveitou. Mas ao ir embora disse em voz alta: não é um lugar para voltar. Pousei uma vez. Desvio de rota por causa do nosso vulcãozinho de estimação. Mas foram apenas algumas horas. Não fui a lugar algum e nem senti que lá estava.
Mas toda vez que leio a respeito de manhãs frias, volto para lá…
Nunca fui para lá mas gostaria da experiência de conhecer. Sou curiosa por natureza e gosto de conhecer lugares e suas pessoas. Feliz em ter sua companhia nessa leitura!
Ah, Roseli! Você merece uma resposta mais extensa às suas questões. Darei no próximo domingo. Já teremos passado o 7 de setembro, pleno de perspectivas sombrias. Uma data tão simbólica manchada na comemoração de seus 200 anos…
São questões que talvez fiquem sem uma resposta que nos agrade mas, sigamos…
Ah Roseli, que missiva encantadora!!
Fiquei aqui a sentir o aroma de café e o sabor do pão de queijo. (Amo essa combinação, rs).
Agora estou aqui a sentir a melancolia que abraça as nossas manhãs garoentas!
beijos
Suzana minha querida, bom receber sua visita mesmo que virtual. Aqui, café e pão de queijo são garantia de prazer e bom papo!