Estrear na vida nascendo mulher, nunca foi fácil, não importa a geografia. Em todo território, a mulher sofre as mais variadas formas de violência. Seja ela de forma silenciosa, sutil, quase imperceptiva aos olhos menos atentos. Seja de forma irônica expresso através de piadinhas infames que à primeira vista parece inocente. Ou da maneira mais vil, estampado nos olhos roxos e demais hematomas espalhados por todo corpo ferindo a carne mas, principalmente, a alma, a dignidade. Culminando com o término de uma existência que poderia ter sido mais leve, repleta de alegrias e conquistas, principalmente, de amor.
Não deveria de me espantar a cada noticiário de um novo feminicídio. Ao mesmo tempo, reafirmo a mim mesma que não devemos transformar tal violência em lugar comum, ação banal que amanhã, já caiu no esquecimento. Minha indignação causa acidez estomacal, toda vez que observo as meninas na faixa de 7 a pré-adolescência, no colégio onde trabalho. Vejo-as tão puras ainda, tão poupadas e logo me vem a mente, a possibilidade alta de que um dia cada uma delas sairá ferida em maior ou menor grau.
Hoje, encontro-me por demais sensível à essa questão por isso, esse desabafo. Não sei se algum dia chegarei a ver um fim nessa conduta masculina que tantas vítimas têm feito. Houve milhares no passado, acontece diariamente em tempos atuais e sei que acontecerá muitos no futuro. E todo esse painel aliado as demais violências cotidianas que sofremos, reforça ainda mais a crença que tenho que somente a Educação e o desejo verdadeiro de toda a sociedade pode mudar esse quadro tão triste.
Esse texto faz parte da blogagem coletiva BEDA Blog Every Day August
Participam comigo:
Claudia Leonardi – Darlene Regina – Lunna Guedes – Mariana Gouveia – Obdulio Ortega Nuñes – Suzana Martins
Imagem licenciada: Shutterstock
[…] Mariana GouveiaAgosto é o mês dele e de BedaParticipam junto comigo:Lunna Guedes – Obdúlio Nunes Ortega – Darlene Regina – Mãe Literatura – Suzana Martins – Roseli Pedroso […]
Esse é um tema que me afeta muito e você sabe porque e infelizmente, está longe de tudo isso acabar, Roseli. É preciso muito mais do que políticas públicas e educação, embora acredite também que seja um caminho para a mudança.
Texto necessário! Abraço
Concordo com você Mariana, só isso não será o suficiente para sanar toda essa violência mas, penso que é um caminho, um primeiro grande passo para encontrar uma solução definitiva. Seu texto e o do livro da Lunna mexeram demais comigo. Grata por sua leitura e comentário. Abraço!