Sou cria genuína da terra de Oz. Passei minha infância percorrendo, correndo, pulando em suas ruas de terra pantanosa.
Garota moleca, subi em muitas árvores da pracinha local, para observar do alto, a cidade e, saborear das delícias azedas do cajueiro-japonês. Sem preocupações, pegava a fruta do pé ou as que descansavam no solo.
Pisei descalça a grama que havia – no que se tornaria futuramente – o clube Cobraseixos. Em seu ginásio, brinquei carnaval em suas matinês.
Berço que recebeu com carinho, imigrantes italianos que fincaram residência e transformou aquele pedaço de chão desprezível, em lar e perpetuação de sua cultura. Recebeu de António Agú, o nome em homenagem à sua terra natal, Itália. Da mesma forma, recebeu com coração de mãe, armênios, japoneses, coreanos, haitianos e tantos outros povos que encontraram em seu seio, abrigo e oportunidades de vida melhor.
Palco de sindicalistas, em seu passado, a cidade foi importante polo industrial. Fomentou a cultura e dela, saiu filhos famosos no teatro, cinema e artes plásticas.
Protagonizou passagens incríveis de lutas entre o bem e o mal, passarela para vampiros e outros seres, criados e eternizados, pelo talentoso escritor André Vianco.
Estabeleceu vínculos com sua também irmã japonesa, Osaka e, mantém relações culturais, expandindo conhecimentos e vivências.
Criança, fantasiei inúmeras histórias ao passar pelo casarão, que hoje, sedia o Museu Dimitri Sensaud de Lavaud, mais conhecido por Museu de Osasco.
São tantos os acontecimentos que vivi em minha terra de Oz, que me faz sentir a própria Alice, no país das maravilhas.
Hoje, não mais cidade pequena, transformou-se num polo comercial, local de grandes empreendimentos.
Mudei de endereço, mas sempre que retorno, ao descer as escadas da estação de trem, a persona Roseli criança, assume, percorrendo o calçadão com suas inúmeras lojas, sentindo o aroma dos carrinhos de cachorro quente espalhados em cada esquina, salivando de vontade de saborear os churros que retornaram após longo período ausentes. Desejo de voltar a correr por suas ruas, cantando, assoviando e chamando outras crianças para brincar de esconde-esconde ou, sentar no chão e brincar o jogo das 5 Marias.
Meu espírito osasquence despertou gritando: quero voltar a ser criança!
Esse texto faz parte do b.e.d.a — blog every day august.
Participam : Claudia Leonardi – Lunna Guedes – Mariana Gouveia — Obdulio Nuñes Ortega
Imagens: Google e acervo pessoal
Estive em Osasco em duas ocasiões… uma para um lançamento. Fui de táxi da estação até o local e só. Depois fui visitar um espaço, mas me pegaram na estação e lá me devolveram. Nei sei onde, quando, como… rs
Fazia tempo que queria ter escrito sobre minha cidade. Gosto demais dela.
E eu gostei de ler a sua cidade. Acho singular quando conhecemos o lugar de quem escreve
Sim, ainda escreverei mais passagens de lá. Há muito a se explorar rs
Já posso me sentir culpada? Diz que sim. Seja gentil kkkkkkkk
Pode e deve kkkkkk
Que fotos legais! Também adoro escrever sobre minha cidade. Tenho alguns textos no blog, sempre em ocasião de seu aniversário. Mas, gostei de conhecer a sua sob teu olhar. Abraço carinhoso