Na segurança e conforto de meu lar, casulo de meu ser, aguardo.
Quietinha, quase sem se mexer, trabalhando a paciência como ferramenta principal de minha evolução.
Humana? Não sei, assim espero. Enquanto espero, aprecio e avalio as transformações iniciadas quando nasci.
Processo lento que mais parece infindo, mas, passou feito trem bala na estação. Záz!
Quando dei por mim, encontro-me assim. Mais de meio século na carcaça, cabelos prateados, uma vida vivida.
Será que vivi? Vivi.
Algumas conquistas, muitas amizades. Algumas permaneceram, outras foram fagulhas de um meteorito. Riscaram o céu do meu viver e sumiram na escuridão de páginas passadas. Livros fechados na estante.
Sorrio enquanto sorvo um gole de café passado agorinha. A tarde pede uma coca-cola estupidamente gelada, mas o vício, grita temperamental solicitando cafeína quente.
Contrastes que fazem ser como sou. Fui ovo, depois larva, pupa e, agora, orquestro minha fase adulta. Madura.
Pronta para arrebentar as paredes que me protegem, me despedir do inverno e me jogar na primavera. Falta pouco para bater as asas. Posso ouvir a beleza de seus sons, batendo no ar poluído dessa Sampa, que tanto amo.
Esse texto faz parte do b.e.d.a — blog every day august.
Participam Adriana Aneli — Claudia Leonardi — Darlene Regina – Lunna Guedes – Mariana Gouveia — Obdulio Nuñes Ortega
Imagem: acervo pessoal
Tenho certeza de que logo suas asas estarão prontas para voar!
Sim!! Ansiosa em bater as asas rs
Já comecei a imaginar os voos… sou dessas. rs
Adoramos voar!!!