Aridez. O mundo sofre de vários estágios desse mal. O desequilíbrio ambiental é apenas um deles. Solo ressequido, afeta a vida vegetal. Nada como uma boa chuva para reacender a vida do que é verde. Após a tempestade, toda vida vegetal se ilumina. Parece até que as plantinhas sorriem para a natureza, agradecidas por saciarem a sede. Os rios, espelham com alegria o acúmulo da água recebida em seus leitos e toda vida abaixo da superfície, ficam em estado de graça.
Tenho refletido bastante sobre outro tipo de aridez: a que habita a alma humana. Quando essa resseca, não há creme rico em ácido hialurônico que dê jeito.
Lendo e assistido aos noticiários do mundo, chego a conclusão de que o ser humano está a um passo da extinção, devido ao enrudecimento de seus sentimentos e de sua visão turva diante da vida. A ganância, a ambição desmedida, o egoísmo, o orgulho. Juntos, causam um desastre em toda a sociedade. O consumo, gera pessoas insatisfeitas, a carência afetiva que desencadeia um buraco sem fim nos corações, a falta de oportunidades que estabelece desigualdade social, principalmente nos países do terceiro mundo. E por falar em terceiro mundo, esse termo ainda existe? Sei lá, de repente ando por fora das novas nomenclaturas da geopolítica mundial.
Não gostaria de citar a pandemia – tema pra lá de batido nesse um ano e meio de viver fora do eixo – mas não tem como fugir dela. Bem que gostaria…
Essa situação caótica, tem cavado um abismo cada vez maior entre as classes sociais, principalmente aqui em solo brasileiro.
Queimadas e desmatamento de nossas florestas, lixo hospitalar e doméstico nos litorais, perseguição às minorias, vandalismo em terreiros afro-brasileiro, assassinato de mulheres, índios e homossexuais, desemprego, desesperança… Destino? Será que temos e se tivermos, qual será?
Gostaria muito de saber que tenho vivido um grande pesadelo e que tudo vai ser diferente quando eu abrir os olhos…
Esse texto faz parte do b.e.d.a — blog every day august.
Participam Adriana Aneli — Claudia Leonardi — Darlene Regina – Lunna Guedes – Mariana Gouveia — Obdulio Nuñes Ortega
*Este post também faz parte do Projeto Blogagem Coletiva da Scenarium Livros Artesanais
É minha cara, as pessoas deram uma surtada nos últimos anos. Eu lembro bem quando escrevi que alguma coisa muito estranha estava acontecendo e que parecia que ninguém estava prestando atenção. Algumas pessoas gostam de falar em previsão e eu me aborreço com isso, porque prever depois que você percebe uma bola a rolar ladeira abaixo, fica fácil prever o desfecho. Oras… mas, evitar que a bola role dá trabalho e pede esforços. Por várias vezes eu fui considerada chata por alardear que estávamos a beira do caos. O bom é que é possível organizar o caos. Então, quem sabe a gente abra os olhos e perceba novos movimentos nesse sentido. Por enquanto não há…
Concordo Lunna. O mais difícil, é abrir os olhos de quem se nega a enxergar. Vamos seguindo fazendo nossa parte…
É verdade! Eu também sinto que o ser humano tá pra ser extinto em breve…o aquecimento global tá aí pra mostrar isso e a gente não se ajuda. Aliás, nunca se ajudou!
Quem me dera se tudo isso fosse um grande pesadelo. Um “delírio coletivo”, e que amanhã ou daqui uma semana todos despertassem e fizessem melhor pra não viver tempos difíceis como esses.
É Vitória, não temo tanto por mim mas pelas gerações mais novas que herdarão essa terra devastada e em desequilíbrio.
Torço muito para que tudo seja diferente ao longos dos dias, Roseli… mas, hoje, minha Chapada está em chamas e estamos na insuportável marca de 11% de umidade relativa do ar… fora, a secura da alma de algumas pessoas… mas, tenhamos fé. Não podemos nos deixar abater. Uma só pessoa que tocarmos já fará diferença. abraço