Beda 7 – Confissão

Não passo um dia sem escrever. Necessito desse exercício, como quem anseia por água, para sobreviver. Contudo, de uma hora para outra, esse alimento fundamental, passou a me causar mal estar.

Como um adicto, sinto compulsão de escrever. Muitas vezes a vontade vem à frente das ideias. Escrevo sem seguir um plano, sem ter sobre o que de fato escrever. Palavras saem e se formam na telinha do computador. Vômitos literários.

Em outros momentos, com história concebida e estudada, vou jogando-as através da movimentação de meus dedos histéricos no teclado.

Às vezes, ao ler, surpreendo-me. Em outras situações, envergonhada, deleto aquela porção de lixo escrito. Retorno ao ponto zero em desespero por escrever algo que valha a pena.

Tem quem goste, tem quem ache tudo um monte de palavras vazias. Tem ainda, aqueles que acham que perco muito tempo nisso e, que estou deixando de viver. Talvez tenham uma certa razão.

Faço aqui o mea culpa ao reconhecer que não domino as regras de concordâncias da língua portuguesa. Sou mais uma curiosa que se aventura por essa estrada desconhecida e difícil.

Há alguns anos, caiu em minhas mãos um livro cujo título chamou minha atenção: Escrevendo com a alma: liberte o escritor que há em você!, de Natalie Goldberg. Gostei tanto que comprei e li com prazer cada capítulo. Da mesma forma, comprei outros, especializados na escrita criativa. Sempre que preciso me reafirmar, tiro-os da estante e abro em qualquer página. Adotei-os como livros de minuto. Tenho certeza que os mais “entendidos” no assunto acharão que eles não passam de autoajuda literária. Não descarto tal papel mas, quer saber? Não estou nem um pouco preocupada. Decididamente não sou uma escritora, artesã da técnica.

Sou escrava consciente da emoção expressa. Isso me basta.

Esse texto faz parte do b.e.d.a — blog every day august.

Participam Adriana Aneli — Claudia Leonardi — Darlene Regina – Lunna Guedes – Mariana Gouveia — Obdulio Nuñes Ortega

Imagem: acervo pessoal

14 comentários sobre “Beda 7 – Confissão

  1. Acho tão bonito quem tem o dom de escrever, é uma dádiva. Mesmo não dominando as regras de concordância, as palavras sinceras que saem do coração têm sempre muito valor!

  2. Escrever (e ler!) é uma delícia! Um tipo de “vício” tão gostoso que engrandece a alma ❤ E sua palavras são inspiradoras, tens o dom – e ainda por cima lê os livros sobre escrita criativa, que chique! Inclusive, dica anotada 😉
    Abraços.

  3. Acho que apenas os que estudam a gramática, o idioma conhecem as tais regras, minha cara. O escritor tem outra função… saber-se. Regras são de ouro para os outros. rs

  4. Gosto muito de entender o processo de criação de textos/histórias, é algo que me desperta a curiosidade. Tenho até certa facilidade para escrever textos técnicos e didáticos, mas essa tal de escrita criativa me foge por entre os dedos. Gostei do seu ponto de vista, da sua descrição dessa quase necessidade de colocar as palavras no papel. E gostei também do livro citado, anotei aqui para leitura futura.

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