Inferno astral. Desde que entrei na fase adulta, esse período é infernal. Ficava mais sensível que o normal, chorava, perdia o sono, tudo acontecia…
Esse ano, mudei a forma verbal. Quando peguei as rédeas de minha existência nas mãos, tomei decisões que mudaram por completo minha vida, toda a tormenta que vivia, passou.
Posso dizer, que mesmo vivendo em plena pandemia, momento delicado para todos, vivo talvez meu melhor momento. Acredito que a maturidade seja a responsável, aliada a falta dos hormônios que afetavam e faziam passar todos os meses por um tsunami emocional.
Estou em paz comigo mesma e com o mundo. Aceito-o como ele se apresenta com todas as suas belezas e torpezas. Assim como nós humanos que somos feitos da mesma matéria. União de falhas, defeitos, virtudes e beleza. Somos assim, ninguém nasce pronto e também morremos incompletos. De acordo com essa constatação, hoje vivo um dia por vez realizando minhas tarefas com alegria, tranquilidade, amor. Sou grata a tudo e a todos, inclusive, aqueles que querendo ou não, me causaram desagrado ou prejuízo. Faz parte do combo que adquirimos ao nascer.
No passado, reuníamos familiares e amigos para festejar os aniversariantes do mês. Hoje, boa parte já dança quadrilha em outro plano e os demais, encontram-se em outras cidades, em outras realidades e quem está por perto, a pandemia se encarregou de afastar pelo isolamento social. Ah… esse vírus estraga festa!
Hoje, sem soltar balões coloridos, sem pular fogueira, sem pinhão, nem pipoca, sem roupa colorida.
Mesmo assim e talvez por isso mesmo, hoje é dia de festejar São João e meu dia especial. Dia de cantar Mercedes Sosa em forma de oração:
Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me dio dos luceros, que cuando los abro
Perfecto distingo, lo negro del blanco
Y en el alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo
Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me ha dado el sonido del abecedario
Con él las palabras que pienso y declaro
Madre amigo hermano
Y luz alumbrando, la ruta del alma del que estoy amando
Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me ha dado la marcha de mis pies cansados
Con ellos anduve ciudades y charcos
Playas y desiertos, montañas y llanos
Y la casa tuya, tu calle y tu patio
Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me dio el corazón, que agita su marco
Cuando miro el fruto, del cerebro humano
Cuando miro el bueno tan lejos del malo
Cuando miro el fondo de tus ojos claros
Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales, que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto
Gracias a la vida, gracias a la vida
Gracias a la vida, gracias a la vida
Seja muito bem-vindo 5.8!