Quando jovem, nunca havia parado para refletir sobre as estações do ano e sua importância. Apenas vivenciava os dias, o arrastar das horas, minutos. Atravessava as estações ligada no piloto automático afinal, eram tantas coisas a se descobrir, experiências a acumular. Não havia espaço para filosofar.
Aos vinte, trinta anos, identifiquei-me com inverno. Foi um período de introspecção, mergulho na espiritualidade, no oculto, na frieza da não matéria.
Ao ingressar nos quarenta, passei a apreciar o outono e suas nuances amareladas e avermelhadas da paisagem. Mesmo vivendo em país tropical, é possível observar a mudança sutil na natureza e, é de uma beleza única.
Ao término do ciclo dos quarenta anos, atravessei muitas tempestades internas que me fizeram questionar o tripé das verdades em que me equilibrava. Foi necessário recorrer a ajuda de um profissional da psicanálise. No mergulho em minhas entranhas emocionais, resgatei a garotinha alegre e sorridente que fui e junto dela, a luz se fez trazendo a quentura e o abraço do sol. Fez-se verão.
Atualmente, já beirando a casa dos sessenta, encontro-me em plena primavera. Minhas emoções transformaram-se em lagoa antiga. Águas límpidas, sem muito movimento mas que tem um frescor que só se alcança através da sabedoria. E isso, somente vivenciando, experimentando, aprendendo. Trago comigo a troca de minhas folhas. Aguardando nova floração.
Toda essa simbologia das estações, se encontra presente em minhas personagens do livro Equação infinda que, em breve, será lançado.
Deixo aqui o convite para participar do lançamento. Quando?
Lançamento: 28/11/2020,
Local: Facebook pela página da Scenarium (ao vivo)
Horário: 17h (horário de Brasília).
Imagem licenciada: Shutterstock