Num instante de desespero,
criei-te.
Imaginei-o de acordo com meu gosto
Moldei seu belo rosto
Não tão belo mas viril
Lapidei seus músculos ouvindo
aquele velho vinil
Plantei fio a fio, suas fartas madeixas
Ao término da obra, não houve queixas.
Suas mãos, imaginei-as fortes, ásperas
dotadas de uma quentura
que a cada toque se transformava em
ternura.
Seus pés, de início, levei um susto!
Grotesco, disforme
Achei que não tivera sucesso
Pouco a pouco me acostumei
com sua estranhesa.
Apaixonada, achei até uma beleza!
Sua boca…
Ah, essa caprichei! Carnuda, vermelha,
úmida.
Sempre entreaberta num constante sussurro
por beijos
Que eu incansavelmente, te dei.
Seus olhos, preferi fazê-los um pouco cegos
Temia que visse minhas imperfeições.
Não desejava arranhar meu ego.
Pra você, tornei-me musa
E adorava me ouvir dizer:
Amor, pega, apalpa e me usa!
Juntos fizemos muitas coreografias
Tiramos até mesmo algumas
fotografias
Expondo nossos corpos suados,
malhados, em brasa.
Num total estado de ardência,
onde ambos pedíamos clemência
E eu, feito sua gueixa, satisfazia
todas as suas fantasias
Nosso caso foi tão completo e perfeito,
que hoje, na vida real, não encontro
amante feito você.
O homem comum, cheio de falhas
Em minutos me cansa, entedia
Não me faz sentir aquela doce vadia
que galopava animada em seu dorso
Hoje, sozinha, me torço num esforço
sobrehumano para alçar aquele gozo
que a seu lado atingi.
Imagem: O rapto de Proserpina/Gian Lorenzo Bernini (detalhe)
Uau, Roseli! Amei!!!
Roseli.. comentei pelo celular… será q está dando certo? Amei mil vezes!!! Bjs
Enviado por Samsung Mobile
Deu certo Clara! E eu agradeço mil vezes!! Bjs
Adorei! Erótico, mundano e simples. A vida como ela é.
Perfeito quadro!!
clap. clap, clap!
Bjs e parabéns pela sua obra.
Obrigada Cláudia! Sempre bom ver você por aqui. Bjs